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A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) desembarcou em Singapura com uma comitiva de 16 produtores para participar do Annual Trade Event, promovido pela International Cotton Association (ICA). O evento é considerado o mais importante do setor algodoeiro e reúne, nesta edição, em torno de 600 participantes. A Abrapa, que participa todos os anos, aproveita a ocasião para promover uma agenda adicional de encontros exclusivos com líderes globais do setor, além de palestras e almoço, nos quais divulga o algodão brasileiro e enfatiza os programas mais importantes que a associação, junto com suas estaduais, desenvolve nas áreas de rastreabilidade, qualidade e sustentabilidade. É o caso do Standard Brasil HVI (SBRHVI), programa lançado neste mesmo evento, em 2016, em Liverpool, na Inglaterra. As atividades acontecem na Ásia, entre os dias 11 e 13 de outubro.
No dia 11, a entidade promoveu reuniões com oito importantes empresas do setor: Olam, Omnicotton, Cofco, Ecom, Reinhart, ADM, Dreyfus e Cargil. Na noite do mesmo dia (considerando a diferença de fuso horário), a comitiva assistiu a uma palestra exclusivamente agendada para os seus membros, com o presidente da Cargill Cotton, William Barksdale. Já no dia 12, foi a vez do especialista em questões globais do agronegócio, que vive em Singapura, Marcos Jank, falar sobre as oportunidades para o Brasil e a Abrapa na Ásia. A comitiva foi recepcionada pelo embaixador do Brasil em Singapura, Flávio Soares Damico, e pelo head de marketing da Bayer, André Kraide Monteiro. Na agenda do ICA Annual Trade Event, também consta uma série de palestras, além do tradicional jantar de gala.
Para o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, participar do evento da ICA é parte de um trabalho que vem sendo desenvolvido há muito tempo pela entidade, que tem contribuído para a abertura e consolidação de mercados, sobretudo, na Ásia, e para o fortalecimento da imagem do algodão do Brasil. "Isso se reflete em ganhos para o produtor e toda a cadeia de valor do nosso algodão. A Abrapa investe tanto em levar os produtores até o mercado comprador, como em trazer possíveis clientes e compradores habituais para o Brasil, para conhecer como a nossa fibra é produzida, as práticas que adotamos, que asseguram não só a sustentabilidade econômica, ambiental e social da cotonicultura brasileira, como a qualidade do algodão", diz. Em eventos como os que acontecem essa semana em Singapura, os produtores apresentam os dados do setor, a evolução da área, da produção e da produtividade. "Mostramos que temos volume, honramos nossos compromissos, que estamos investindo muito para a harmonização da classificação por HVI e na rastreabilidade da produção", afirma o presidente, acrescentando que essas iniciativas têm trazido resultados positivos inequívocos para o setor.
"Um tempo atrás, vendíamos o algodão por até 500 pontos abaixo da tela de Nova Iorque e hoje negociamos por até 500 pontos acima. Ganhamos, ao longo desses anos, em torno de 1000 pontos, ou dez centavos de dólar em relação ao passado. Não éramos, então, considerados um player que pudesse ser contado como fornecedor internacional de algodão. Revertemos essa imagem, trabalhando para nos tornar, de fato, esse player. Toda uma estrutura, principalmente, logística foi preparada para isso. Hoje, fazemos relatório de HVI de cada fardo de algodão. Temos o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), operando em benchmarking com a Better Cotton Iniciative (BCI), para garantir as melhores práticas na produção. A valorização da imagem do nosso algodão, que reflete em ganhos reais para o produtor, é resultado da soma de todas essas ações que vêm sendo desenvolvidas em 18 anos de história da Abrapa. Por isso, consideramos tão importante estarmos hoje em Singapura e onde quer que possamos mostrar quem somos e o que fazemos", conclui Moura.
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