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Exportando tomates, melancias, morangos ou laranjas, o Marrocos vende a água que lhe falta. Num país confrontado com uma forte seca, um grito de alarme se amplia. Vem de cientistas, ecologistas e entidades que alertam para as consequências de uma agricultura consumidora de água e voltada, em boa parte, para a exportação.
O governo marroquino se mobiliza e, em decisão dos ministros da Agricultura e da Economia, publicada em 22 de setembro, suspendeu as subvenções para as culturas de citros, melancias e de abacates, responsáveis pelo agravamento da seca em algumas regiões. Assim, não será mais possível obter financiamento para a irrigação localizada, seja em poços, bombeamento ou gota-a-gota.
O objetivo é acabar com a extensão irrigada de plantas que reduziram o espaço de outras culturas, segundo o Ministério da Agricultura, que pretende encorajar o cultivo menos consumidores de água, como alfarrobeiras, cactos, amendoeiras, alcaparras e figueiras.
Se a medida é saudada pelo bom senso, de outra parte terá impacto moderado. Já há investidores com meios de se instalar sem subvenções e outros que delas não dependem mais.
O país não consegue elevar o nível das barragens, que se situa em torno de 24%. E os agricultores abrem poços cada vez mais profundos em busca de água. Todos os lençóis subterrâneos estão afetados, diz o professor Fouad Amraoui, da Universidade Hassan-II, de Casablanca. A falta de água ameaça aldeias e cidades, explica, em entrevista ao jornal francês Le Monde.
O Banco Mundial avisou que o Marrocos está em estresse hídrico estrutura. Com 600 metros cúbicos por pessoa por ano, contra 2.600 em1960, a demanda de água ultrapassa os recursos. Com 500 metros chegaremos à penúria, diz o professor Amraoui. E algumas regiões já estão assim.
Marrocos importa 100% do milho que consome, 98% dos óleos vegetais e mais da metade do trigo e açúcar. Por isso o país se prepara para lançar um novo plano visando a dobrar, até 2030, seu PIB agrícola.
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