Agricultura Familiar investe em maquinário

21.09.2012 | 20:59 (UTC -3)
Marina Celinski

A linha de crédito disponibilizada através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário, continua permitindo a renovação da frota de equipamentos de pequenas propriedades rurais. A expectativa, de acordo com o coordenador do Mais Alimentos, Marco Antonio Viana Leite, é de que no próximo ano-safra as contratações atinjam R$3,5 bilhões.

De acordo com Luiz Feijó, diretor comercial da New Holland, a expansão de aquisições através do Mais Alimentos reflete a boa esquematização do programa. “As vendas tiveram um boom no início, quando a carência por novos equipamentos ainda era muito grande e, agora, entram na normalidade. Apesar disso, existe uma grande parcela de propriedades agrícolas que têm condições de adquirir um equipamento novo mas ainda não o fizeram”, ressalta.

Desde o início da oferta de crédito, em 2008, todos os estados registraram crescimento das contratações, mas os maiores índices de crescimento estão nos estados localizados na região Norte e Nordeste do país. O ciclo 2011/12 registrou aumento de 4,9% em relação ao período anterior e, agora, o Mapa trabalha com a premissa de que o programa continue movimentando R$ 3 bilhões ao ano.

Para Feijó, é possível analisar o aspecto de aderência do programa através de uma análise geográfica: os produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de São Paulo, foram os que mais adquiriram equipamentos nessas condições – sendo que o primeiro é líder no número de contratações. “Isso acontece porque essas regiões têm hoje uma agricultura familiar muito desenvolvida, bem tecnificada. Agora, precisamos trabalhar com os mercados do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, que têm todas as condições para aumentar sua capacidade produtiva.”

O principal aspecto do programa, de acordo com o diretor, é abrir perspectivas reais de incremento na produção e na renda das famílias beneficiadas. “Quem consegue investir no seu negócio não vai abandonar o campo. Incentivando a agricultura familiar, conseguimos manter o pequeno e o grande produtor lado a lado, pois enquanto um trabalha com produção em grande escala, visando exportação, outro se responsabiliza pela produção de alimentos”, diz Feijó, ressaltando informação do Mapa de que 70% dos alimentos consumidos no Brasil são produzidos pela agricultura familiar, que ocupa 77% da área produtiva.

No início do Mais Alimentos, 76% do valor financiado por meio do programa eram em tratores, de acordo com levantamento realizado no Rio Grande do Sul. Na última safra, o percentual em cima do produto atingiu 36%, enquanto registrou aumento de 11% para colheitadeiras e 21% para máquinas e implementos. “Muitos produtores que precisavam de um trator novo já adquiriram nos primeiros anos do programa. Com a liberação de crédito para colheitadeiras em 2010, outros produtores voltaram a pensar em trocar a máquina, em investir no sua propriedade”, analisa Feijó.

O Mais Alimentos financia equipamentos em uma prazo de até 10 anos, com até três anos de carência, e juros de 2% ao ano. Podem participar do programa produtores que têm renda bruta anual de até R$ 160 mil.

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