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Fabricante global de baculovírus para controle de lagartas na agricultura, a australo-americana AgBiTech se tornou a primeira empresa de inseticidas biológicos associada ao IRAC, o Comitê Internacional de Ação à Resistência de Inseticidas. Fundado por companhias do setor de agroquímicos, o órgão internacional, criado para estudar e combater a evolução da resistência de pragas a moléculas inseticidas, classificou os baculovírus em um grupo distinto de tecnologias com novo modo de ação (Grupo 31).
Com a medida, os inseticidas à base de baculovírus entram definitivamente na relação de ferramentas prescritas pelo IRAC Internacional para uso no chamado manejo de resistência a inseticidas. Conforme especialistas, essa prática, que pressupõe aplicar inseticidas com diferentes modos de ação em rotação, evita perdas na eficácia agronômica de moléculas desenvolvidas para controlar pragas nos mais importantes cultivos.
Para a AgBiTech, a decisão do IRAC Internacional consolida a relevância tecnológica dos baculovírus no processo de inovação perseguido pela agricultura global, além de atrair a atenção pública para esses novos produtos que, comprovadamente, transferem eficiência e sustentabilidade ao agronegócio. A análise é da presidente global de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, Paula Marçon. “Baculovírus resultam de investimentos em ciência com foco nas novas demandas do produtor agrícola”, resume a executiva.
Segundo o diretor geral da companhia para a América Latina, Adriano Vilas Boas, a decisão do IRAC ocorre no momento em que, no Brasil, o portfólio da AgBiTech tem surpreendido produtores de soja e algodão pelo bom desempenho dos seus produtos no controle de lagartas cuja pressão cresce safra após safra, principalmente Helicoverpa armigera, Chrysodeixis includens (falsa-medideira) e o complexo de Spodoptera.
Um dos produtos da empresa, o lagarticida Cartugen, obteve mais de 70% de resultados superiores ao tratamento padrão do produtor no controle de Spodoptera frugiperda, em 34 áreas demonstrativas na cultura de algodão, informa Vilas Boas. O executivo ressalta ainda que a AgBiTech detém capacidade dimensionada para produzir volume de baculovírus suficiente para tratar 15 milhões de hectares de lavouras por ano (média de 1,5 milhão de lagartas-dia).
O uso de baculovírus para o controle da lagarta Spodoptera frugiperda foi tema de um recente projeto de pesquisa do professor Celso Omoto, do Laboratório de Resistência de Artrópodes do departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq-USP.
Omoto conduziu ensaios de laboratório com populações de Spodoptera frugiperda resistentes a inseticidas químicos e proteínas de Bacillus thuringiensis (Bt) expressas em plantas geneticamente modificadas. O objetivo, conforme o pesquisador, foi avaliar o uso de baculovírus como ferramenta do manejo da resistência dessas lagartas a inseticidas químicos e proteínas Bt.
“Diferentemente dos inseticidas tradicionais e proteínas Bt, baculovírus têm um novo modo de ação e por isso foram classificados pelo IRAC Internacional no novo Grupo 31. Além disso, a seletividade a inimigos naturais favorece seu encaixe no manejo integrado de pragas (MIP), no qual múltiplas táticas de manejo resultam em controle mais robusto de Spodoptera frugiperda”, revela o pesquisador.
O Grupo 31 de bioinseticidas do IRAC, segundo explica Paula Marçon, da AgBiTech, é formado pelos chamados vírus ocludidos patogênicos e específicos, também conhecidos por disruptores virais, que agem no intestino médio de lagartas-alvo. Sete produtos da AgBiTech Brasil compõem essa relação - os lagarticidas Armigen, Cartugen, Chrysogen, Lepigen, Surtivo Soja, Surtivo Plus, e Surtivo Ultra.
Presidente do IRAC internacional e atuante nos Estados Unidos, numa grande empresa do setor de defensivos agrícolas, o executivo Nicholas Storer destaca que a classificação de inseticidas por modo de ação foi uma das conquistas mais importantes deste órgão técnico para a comunidade científica e o agronegócio mundial. “A classificação por modo de ação é crítica na definição de estratégias de uso de inseticidas para evitar a resistência de pragas a produtos de ponta e para fomentar uma agricultura cada vez mais sustentável”, conclui Storer.
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