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Discutido há mais de uma década pela ABPM e implementado em abril deste ano, o programa QUALITRAT nasceu em função da existência de ações predatórias no setor de madeira tratada. E a CBI Madeiras, que tem unidades em Capelinha e João Pinheiro, em Minas Gerais, além de Franca (SP), e vem investindo em reflorestamento, produção, tratamento e comercialização de madeiras para as mais diversas finalidades, foi a primeira empresa a passar pelo processo de auditoria do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e conquistar o selo de qualificação (unidade João Pinheiro).
"Vivemos até aqui sem o QUALITRAT, mas será difícil, a partir de agora, crescer e se fixar no mercado sem esta fantástica e real diferenciação", afirma Paulo Maciel, presidente da CBI Madeiras. Nos últimos anos houve uma enorme proliferação de usinas de tratamento de madeira no Brasil e, segundo o executivo, algumas não cumprem as exigências mínimas legais no que diz respeito à procedência da madeira, métodos utilizados no tratamento e questões trabalhistas, entre outras.
Para Maciel, o programa de autorregulamentação foi a medida mais importante ocorrida em todo o setor de madeira tratada no Brasil. "Criar espontaneamente um programa como este mostra a maturidade, seriedade e confiança das usinas afiliadas à ABPM".
QUALITRAT: da concepção à concessão - Como ter a certeza da aquisição de produtos com a retaguarda da qualidade e da legalidade? Como proteger os interesses dos produtores e consumidores da madeira tratada? Para Flávio C. Geraldo, presidente da ABPM, é simples. Com um selo de qualificação concedido às usinas de tratamento de madeira, fica clara a seriedade do setor em iniciar um programa de comprometimento, em que os preceitos da qualidade e da legalidade são acatados plenamente. Importante ressaltar que o fato de determinada empresa não ter ainda aderido ao programa não a desqualifica, afinal, o setor encontra-se no início de um importante processo que ganhará maturidade e adesões ao longo do tempo”. Vale ainda destacar que a adesão ao programa é voluntária.
Concebido com o apoio do Instituto Totum, uma das entidades mais conceituadas na área de programas de autorregulamentação, o Qualitrat garantirá ao consumidor que ele está adquirindo produtos de uma empresa que opera de acordo com princípios de qualidade e legalidade. "Fomos contratados pela ABPM para conceber o programa de qualificação, o que aconteceu ao longo de 2011", explica Celina Almeida, consultora do Instituto Totum. Já em 2012, a função da entidade é gerenciar todo o processo, desde a adesão da empresa até a concessão do certificado e controle de sua manutenção, o que garante a isenção da ABPM em todo o processo e a credibilidade do QUALITRAT.
Os critérios para receber o selo QUALITRAT estão divididos em cinco categorias, com as seguintes especificações:
1. Habilitação e Idoneidade Jurídica (Habilitação e Idoneidade Jurídica; Concordância com o Regulamento Técnico do Selo de Qualificação ABPM; Conformidade tributária e trabalhista).
2. Gestão da qualidade nos processos (Controle sobre matéria prima; Controle sobre o processo de secagem; Controle sobre o processo de tratamento; Processo de garantia da qualidade; Gestão da qualidade e melhoria).
3. Gestão Ambiental (Regularidade Ambiental; Capacidade em identificar e tratar os impactos ambientais relevantes para a operação e atender aos requisitos legais; Capacidade de Melhoria da Gestão Ambiental).
4. Regularidade Social, Trabalhista e Gestão de Saúde e Segurança (Regularidade social e trabalhista; Gestão de segurança; Saúde Ocupacional; Capacidade de gestão de Saúde e Segurança Ocupacional).
5. Ética e Responsabilidade Social (Compromisso formal com os princípios éticos; Conformidade fiscal e contábil; Relação com comunidade; Uso de critérios socioambientais no processo de contratação de fornecedores; Melhoria nos processos internos de trabalho)
Programas de autorregulamentação são um poderoso instrumento para definição de boas práticas de negócios de um setor, garante Celina Almeida. "Quando bem estruturados permitem a preservação da imagem do segmento de negócio e seu reconhecimento por parte dos clientes", conclui.
Geraldo faz uma reflexão sobre o programa de autorregulamentação e o futuro do setor de madeira tratada no país. "Temos consciência de que o retorno não será da noite para o dia, mas para colher é preciso plantar. Acreditamos que de 1 a 3 anos o mercado perceba os benefícios da certificação". Para ele, um dos principais desafios da ABPM em relação ao QUALITRAT é fazer com que os mercados consumidores fiquem devidamente informados a respeito do programa. "Somente com uma comunicação constante e clara com os mais importantes setores consumidores da madeira tratada - ferroviário, rural, elétrico e construção civil - o mercado terá ciência do diferencial dos produtos chancelados pelo selo Qualitrat".
- Uma equipe composta por quatro técnicos experientes em gestão e garantia da qualidade e em processos de auditoria foi especialmente criada para trabalhar no programa QUALITRAT. "Para a verificação in loco dos itens auditáveis, dois técnicos são deslocados para campo", explica Sérgio Matias Pereira Junior, pesquisador do CT-Floresta Laboratório de Preservação de Madeiras e Biodeterioração de Materiais do IPT, designado líder do time para o trabalho que culminou com a concessão da certificação à CBI Madeiras.
"O papel do IPT não é o de fiscalização do setor. Como auditores não temos autoridade para certificar, recertificar, manter, suspender, cancelar ou alterar um certificado. Nossa responsabilidade é seguir criteriosamente o que está no regulamento para concessão do selo e dar nosso parecer, que será avaliado pela Comissão de Certificação da ABPM", detalha Matias.
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