​Abertura de novos mercados é o caminho para reestruturar a agricultura, afirma pesquisador da Embrapa Soja

Segundo Gazzoni, Custo Brasil é uma bigorna para o crescimento da agricultura

24.06.2016 | 20:59 (UTC -3)
Diego Silva

Fazendo referência aos últimos atos do ministro Blairo Maggi, que abre novos mercados e expande os já existentes, o pesquisador da Embrapa Soja, Décio Gazzoni, aprova a estratégia, que segundo ele é o primeiro passo para a evolução da agricultura brasileira. “Maggi tem clareza e visão de que primeiro se conquista novos mercados, na sequência, buscamos melhorias internas para atendê-los”, afirma o pesquisador, que considera a agricultura brasileira altamente sofisticada e vai detalhar o por quê em sua palestra durante o Fórum Nacional de Máxima Produtividade da Soja, organizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), no próximo dia 29, em Maringá, onde serão apresentados os principais sojicultores do País, da safra 2015/16.

“Só após a abertura de mercado a atenção se volta para nossa atual estrutura de armazenamento, escoamento e outros fatores que compõem o Custo Brasil, que se mantém como uma verdadeira bigorna, impedindo o crescimento da agricultura”, critica Gazzoni, pontuando que não existe solução imediata para o avanço do setor e que em aspectos de infraestrutura, que envolvem o deslocamento da propriedade até o porto, ainda são os principais entraves da agricultura, quando, segundo ele, perde-se metade do preço da saca com o frete.

Segundo o pesquisador, que também é membro do CESB, o atual governo do País, em fase de transição e com pouco tempo de gestão após ter herdado um plano safra já fechado, não apresenta muitas perspectivas de mudança, porém, teria uma ordem de investimentos para lidar. “As hidrovias são nossas possibilidade de competir com os Estados Unidos. Temos vários rios que podem ser utilizados na logística e não são aproveitados. Em seguida viriam os investimentos em ferrovia, e, só então, as rodovias, que atualmente nos fazem perder fortunas com frete ineficaz”, pontua Gazzoni.

Ainda sobre o ministro Maggi, Gazzoni aponta que ele poderá contribuir com um dos principais desafios do setor. “É um gestor que já priorizou ações à favor do meio ambiente, enquanto Governador de Mato Grosso, estimulando produtividade sem expansão de áreas, outro desafio bastante necessários para as próximas safras”, sinaliza, ao colocar o clima e o mercado como possíveis entraves na próxima safra, sem mudança de cenário a curto prazo.

O pesquisador da Embrapa Soja vai detalhar sua experiência no setor e perspectivas no Fórum Nacional de Máxima Produtividade da Soja, oportunidade em que falará para 400 agricultores de dezessete estados, que concorrem ao Desafio de Máxima Produtividade da Soja, do CESB. Além do campeão nacional, com a maior produtividade de soja do Brasil, no dia 29 de junho serão conhecidos os campeões das categorias Soja Irrigada Nacional e Não-Irrigada por região.

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