Clima atípico para o outono prejudica pastagens no RS

Os gaúchos tiveram um outono atípico, com uma sequência de semanas de temperaturas muito baixas e de vários dias com formação de geada

23.06.2016 | 20:59 (UTC -3)
Mateus de Oliveira


Os gaúchos tiveram um outono atípico, com uma sequência de semanas de temperaturas muito baixas e de vários dias com formação de geada e períodos prolongados de baixa intensidade solar, condições climáticas que trouxeram efeitos negativos às pastagens. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (23/06), o campo nativo apresenta aspecto mais fibroso, com redução da taxa de crescimento de forragem e diminuição da qualidade, devido à queda das temperaturas e à formação de geadas em alguns locais, o que provoca o crestamento das pastagens e compromete a sua digestibilidade.

“A partir dessa época é importante o fornecimento de sal proteinado aos animais, para suprir a deficiência nutricional, resultante da redução da qualidade das espécies forrageiras do campo nativo”, comenta o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura.

As pastagens cultivadas de inverno estão se desenvolvendo lentamente, pois as condições climáticas no momento são desfavoráveis, de acordo com a Emater/RS-Ascar. “A expectativa de uma sequência de dias ensolarados, se confirmada, proporcionará um quadro melhor, com o aumento da taxa de crescimento das pastagens. Em várias regiões, o excesso de chuvas também trouxe alguns transtornos durante a fase de plantio”, salienta Moura.

As pastagens cultivadas de aveia e azevém implantadas no cedo estão sendo pastoreadas. Os técnicos da Emater/RS-Ascar consideram ótimo o desenvolvimento delas em função do calor e do bom regime de chuvas de março e abril. No entanto, a aveia também sofreu com as grandes geadas e tem sua qualidade comprometida.

Os produtores que realizam a integração lavoura-pecuária já estão com aveia e azevém em desenvolvimento, e em locais que o plantio aconteceu mais no cedo é possível o pastoreio. Porém, em algumas áreas, os extensionistas observam que poderá ser insuficiente o tempo de permanência dos animais para um adequado ganho de peso até a época recomendada pelo zoneamento agrícola para o novo plantio de soja. Em outros pontos as pastagens de inverno estabelecidas estão sendo utilizadas, mesmo sem terem atingido o porte ideal, fato que pode comprometer o seu potencial produtivo.



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