20% da área plantada de soja no Maranhão possui certificação RTRS

Um comitê da Associação Internacional de Soja Responsável visitou o Maranhão e o Piauí para realizar reuniões com governanças e instituições.

21.03.2018 | 20:59 (UTC -3)

A primeira parada foi na Fazenda Progresso, em Sebastião Leal/PI, que planta 35 mil hectares de soja certificada, sendo que o grupo possui outras propriedades no Piauí e Minas Gerais, totalizando 46 mil hectares. O proprietário, Cornélio Sanders, produz sementes de soja GMO e GMO free e investe ano a ano em melhorias e inovação para auxiliar a comunidade local.

 “O último investimento da fazenda foi a implantação de painéis solares para atender a demanda de energia elétrica. Também foram adquiridos painéis para serem doados para uma creche e uma escola primária do município, que foi construída com apoio da fazenda. A integração entre a comunidade e a fazenda é impressionante, pois existem diversos projetos em conjunto em andamento. A certificação RTRS é mais do que desmatamento zero, pois a produção sustentável também tem que contemplar o impacto social ", diz o Consultor Externo da RTRS, Cid Sanches.

Em 2017, o padrão RTRS foi submetido ao Centro de Comércio Internacional (ITC) e foi incluído ao lado de 210 esquemas em seu mapa de padrões. A RTRS lidera em questões ambientais e sociais (direitos humanos e comunidade) requisitos de critérios ITC. O mapa é uma ferramenta líder de pesquisa global no campo da comparação e benchmarking de esquemas de sustentabilidade.

Em seguida, o grupo percorreu fazendas certificadas no Maranhão, que são certificadas desde 2016 e possuem mais de 95.000 hectares de área total certificados, e realizou reuniões com a diretoria da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (FAPCEN), em que foram apresentados dados sobre a atuação da RTRS no Brasil e no mundo, e ainda, ocorreram discussões sobre o mercado Europeu e o interesse de uma rede de supermercados alemã nas fazendas certificadas pela Fundação.

“A certificação RTRS está presente em 1% da soja do mundo, sendo que no Maranhão, 20% da área plantada com soja é certificada pela RTRS. O mercado europeu está cada vez mais rigoroso e o mercado asiático demonstra interesse e, num futuro próximo, as certificações serão mais do que uma vantagem competitiva, serão um importante facilitador para o acesso ao mercado", comenta o Diretor Executivo da RTRS, Marcelo Visconti.

O Maranhão, apesar do desenvolvimento alcançado em alguns setores econômicos, permanece como um dos mais pobres e carentes estados do país, ocupando a penúltima posição no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Dessa forma, é fundamental que iniciativas de produção sustentável sejam consolidadas para ganhar escala e auxiliar o desenvolvimento do estado.

O grupo também se encontrou, em São Luis-MA, com representantes de secretarias e o governo do estado do Maranhão, além de lideranças da Earth Innovation, FAPCEN e Porto de Itaqui.  Foi acordado que o estado precisa de um projeto de crescimento sustentável de produção e um plano de agregação de valor e geração de empregos. Esse projeto seria realizado por meio de ferramentas e apoiado pelas ótimas condições de escoamento do Porto de Itaqui. 

“Todo este trabalho é uma iniciativa do GCF – Governor’s Climate Forestry, e está sendo promovido e organizado pela estratégia jurisdicional de paisagem sustentável da Earth Innovation, e a RTRS cumpre um importante papel nesse cenário, já que a GCF se comprometeu em eliminar desmatamento até 2020 e abordam questões relacionadas aos principais critérios da RTRS. Todos os encontros e visitas foram extremamente importantes para conhecer e impulsionar a produção, o processamento e a comercialização de soja responsável no MATOPI”, observa Visconti.

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