15º Congresso Brasileiro do Agronegócio Embaixador Azambuja: O agronegócio não entrou em recessão

Cerca de 900 líderes do agronegócio participam do evento promovido em São Paulo nesta segunda (8)

09.08.2016 | 20:59 (UTC -3)
Mecânica de Comunicação

O Protagonismo do Agronegócio foi o tema do segundo painel do 15º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, nesta segunda-feira (8), em São Paulo. “A dimensão do agronegócio é o que deu grandeza ao Brasil. Tanto que o Brasil entrou em recessão, mas o agro não. Ele continuou crescendo, apesar de não manter os patamares anteriores”, analisou o embaixador Marcos Azambuja, um dos debatedores do segundo painel.

De acordo com Azambuja, a agricultura e a pecuária brasileira ganhou muito em tecnologia e genética nos últimos anos, graças, também, ao trabalho desenvolvido pela Embrapa. “O gado brasileiro hoje tem mais tecnologia embarcada do que um placa de aço e a Embrapa é a verdadeira inventora de um Brasil que incita o desenvolvimento da agricultura”, complementou o embaixador, salientando que esse protagonismo demonstrado pelo agronegócio do país tem até despertado ações protecionistas que tentam impedir a entrada dos produtos brasileiros nos mercados internacionais.

A avaliação do papel importante da Embrapa na evolução do agronegócio brasileiro foi reforçada ainda pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, outro debatedor do painel. Segundo ele, foi o trabalho desenvolvido pela Embrapa e por pioneiros como o ex-ministro Alysson Paulinelli que transformou o cerrado numa das regiões campeões em produtividade na produção de grãos. “Aquela história dita pelo Pero Vaz de Caminha de que aqui, em si plantando, tudo dá, é mentirosa. Uma prova é a situação do cerrado de 30 ou 40 anos atrás, do qual se diz que “nem dado e nem herdado”, pois era uma terra muito pobre. Hoje, graças ao trabalho e dedicação de vários engenheiros agrônomos, ele tornou-se um celeiro do país”, comentou o ex-ministro, que coordenador do GVAgro da FGV.

Já a economista Zeina Latif, da XP Investimentos, que também foi debatedora no painel, fez um apanhado da situação econômica atual do país, comparando com o cenário do ano passado. “O que temos hoje de diferente em relação à realidade do ano passado é que agora temos uma agenda de ajustes que é prioridade de governo e não apenas do ministro da Fazenda. A sociedade não aceita mais a volta do desequilíbrio da inflação, o aumento da dívida pública e nem da carga tributária”, analisa a economista.

Em seu entendimento, essa responsabilidade pelo ajuste fiscal tem de ser de todos os brasileiros. “Nesse sentido, as lideranças, inclusive do agronegócio, precisam participar desse debate. Afinal de contas, poder vem junto com responsabilidade. E a elite política precisa ter a responsabilidade de participar e estimular esse debate.

Outro participante do painel, Marcelo Furtado, representante da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura deu ênfase a necessidade de se investir na economia de baixo carbono, destacando o papel fundamental do agro nesse processo. “O Brasil tem de recompensar e reconhecer aqueles que fazem a lição de casa direito”, afirmou. A seu ver, um dos grandes desafios atuais é pensar como engajar os jovens a participar do agro e a permanecer no Brasil Rural.

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