Manejo e segurança alimentar são foco de submissão brasileira na ONU
O trabalho é resultado da articulação da Embrapa e da colaboração com o Mapa com o próprio Itamaraty
A Adama realizou webinar voltado a produtores e pesquisadores sobre o manejo correto de doenças para a obtenção de altas produtividades em soja. O evento contou com palestras dos pesquisadores Eder Moreira da Fitolab, Nédio Rodrigo Tormen, do Phytus Group e do gerente de fungicidas da Adama, Gerson Dalla Corte.
As principais manchas como septoriose, mancha alvo, antracnose e cercospora e o comportamento dessas doenças ao longo das últimas safras em regiões de Mato Grosso e Goiás, estiveram entre os temas abordados.
Para a região atendida pela Fitolab, localizada em Sorriso, no Mato Grosso, mancha alvo e septoria foram as doenças mais importantes nos últimos 3 anos. Fungos necrotróficos costumam sobreviver na palhada, por isso especial atenção deve ser dada à cultura antecessora. A crotalária, por exemplo, ótima para auxiliar no manejo de nematoidesm também é fonte de sobrevivência de inóculo, lembra Moreira.
No caso da ferrugem é necessário estar atento ao manejo de resistência e não adquirir produtos que possuam histórico de resistência e perda de eficiência. “É jogar dinheiro fora”, sentencia o pesquisador. O complexo cercospora, doença antiga em soja, está de volta justamente por conta da resistência.
Cuidar o momento da aplicação, a escolha de variedades e sementes, não errar na população de plantas e verificar o tipo de palhada presente no ambiente são algumas dicas importantes para o manejo correto.
O tempo certo da aplicação depende do ciclo da variedade e do fungicida utilizado. Moreira lembra que material de ciclo indeterminado produz mais vagens na parte de baixo. Por isso é preciso priorizar a proteção no fechamento, para proteger o baixeiro, onde está grande parte da capacidade de produção.
As falhas de controle são as que resultam em maior prejuízo econômico. Momento de aplicação, clima chuvoso, tecnologia de aplicação, mistura de tanque, intervalo de aplicação, atingir adequadamente o baixeiro e evitar fungicida sem eficiência por resistência são cuidados fundamentais para que o produtor obtenha bom êxito.
Busca por alta produtividade
Na área atendida pelo Phytus Group, com sede na região de Formosa, Goiás, a safra 2019/20 foi mais caracterizada pela incidência de manchas que propriamente de ferrugem asiática, segundo o pesquisador Nédio Rodrigo Tormen.
O início de safra 2019/20 se deu com atrasos nas chuvas e ocorrência de manchas foliares, como antracnose. O banco de sementes registrou grande quantidade de fungos. A palhada teve papel diferencial na cultura da soja, sendo que a ausência de palha resultou em falhas pronunciadas na emergência. A palha apresenta efeito supressor sobre manchas foliares, mas é preciso prestar atenção ao tipo e qualidade da palhada.
Em dezembro houve surto de míldio na região, septoriose com muita frequência e cercospora. Janeiro registrou alto volume de chuva e bastante incidência de mancha alvo, com pressão maior que em anos anteriores. Em março a ferrugem, que chegou mais tarde na safra, mostrou-se agressiva. Incidência também de mancha purpura nos grãos.
A reação de cultivares em relação a severidade de algumas doenças diz muito sobre o controle na região. Contudo o mesmo já não se verifica quanto a Doenças de Final de Ciclo (DFCs).
Para ferrugem asiática a maior parte das cultivares são suscetíveis. O esporos estão presentes quase sempre no ar e ambiente, com maior intensidade da doença favorecida de acordo com fatores como o molhamento foliar e a temperatura.
Para Tormen alguns aspectos merecem atenção especial para alcançar altas produtividades, como a necessidade de controlar todas as doenças e não apenas ferrugem, entender que o controle começa com a escolha da cultivar e qualidade de sementes. É preciso usar fungicidas eficientes desde o começo, reconhecer a importância dos fungicidas multissítios e a indispensabilidade de realizar pulverização de qualidade.
Fungicida
O gerente de fungicidas da Adama, Gerson Dalla Corte, apresentou dados do produto Cronnos, que reúne em seu grupo químico estrobilurina, triazol e mancozeb (ditiocarbamato). A tecnologia T.O.V (Tecnologia, Operação,Valor) facilita a aplicação e previne entupimento de bicos, peneiras e filtros.
Com registro contra ferrugem asiática e outras doenças em soja, na safra 2018/19 o produto alcançou ótimos resultados nos testes realizados pelo Consórcio Antiferrugem.
Atenta ao manejo de resistência a empresa indica o fungicida dentro de um programa de rotação de produtos e desaconselha três aplicações sequenciais. O uso deve ocorrer em conjunto com o adjuvante a base de óleo vegetal Rumba.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura