Departamento de Extensão Rural do IPA realiza reunião de avaliação no Cetreino
Tem início neste sábado (15) o período do vazio sanitário para a cultura da soja, em Mato Grosso. Por 90 dias, os produtores rurais estão proibidos de plantar soja e também precisam eliminar a soja guaxa, também conhecida como tiguera, que pode nascer de forma voluntária. A medida, regulamentada por lei, busca evitar que o fungo causador da ferrugem asiática se multiplique.
Durante coletiva de imprensa realizada na Aprosoja nesta quinta-feira (13), o diretor técnico da entidade, Nery Ribas, apresentou dados que revelam o impacto negativo da presença da ferrugem no estado. Segundo ele, na safra passada o prejuízo da doença foi equivalente a 5 sacas por hectare. Já em soja de ciclo mais tardio, a perda foi de 15 sacas por hectare, representando redução de 30% da produtividade média do estado.
Diante dos dados, Ribas ressaltou a importância do produtor cumprir as orientações deste período. “O produtor de Mato Grosso precisa se empenhar para impedir que a existência e permanência de qualquer planta de soja durante esses três meses. É um conjunto de ações e todos precisam fazer seu papel”, alertou.
Os produtores rurais precisam ficar atentos à existência de soja guaxa nas suas lavouras e também nas margens de rodovias e nos limites das propriedades. Durante um mês, o coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Mapa, Wanderlei Dias Guerra, percorreu o estado e constatou a presença de plantas infectadas. “A planta guaxa é para ser destruída antes do início do período proibitivo, que é o vazio sanitário. Fiz algumas visitas durante o Circuito Aprosoja e com minha equipe encontrei diversas plantas com ferrugem”, disse Guerra.
Segundo informações do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), as unidades regionais já estão se preparando para as fiscalizações nesse período. O produtor que não obedecer ao vazio estará sujeito ao pagamento de multas. “Tivemos um considerável aumento de notificação nos últimos três anos. Só no ano passado 308 produtores foram penalizados por não cumprirem as orientações do vazio sanitário”, afirmou o coordenador de Defesa Sanitária do Indea, Ronaldo Medeiros.
– Cada produtor que for notificado pelo Indea com plantas de soja durante o período proibitivo deverá pagar multa no valor de 30 UPF-MT (Unidade de Padrão Fiscal de Mato Grosso), acrescido de 2 UPF-MT por hectare não destruído da planta. Cada notificação deve passar de R$ 2.400,00.
- A ferrugem asiática é uma doença causada por fungos. Os primeiros sintomas se manifestam nas folhas com o aparecimento de minúsculos pontos escuros. Posteriormente ao aparecimento das lesões ocorre a desfolha da planta que evita a formação dos grãos com redução da produtividade. O desenvolvimento da doença é extremamente rápido e ela se espalha com facilidade pelo vento e causa grandes prejuízos à produção.
O objetivo é evitar ou retardar ao máximo o aparecimento do fungo causador da ferrugem asiática, doença que ataca a cultura e causa sérios prejuízos econômicos aos produtores.
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