Pesquisa sugere que fungos podem formar frases
Trata-se de sistema muito mais complexo do que o suposto anteriormente, podendo chegar - em algumas espécies - a um total de 50 "palavras" diferentes
Uma iniciativa de caráter público-privado, a Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agroquímicos (UR) lança um módulo de ensino à distância para agentes multiplicadores de treinamentos exigidos na NR 31.8 do Ministério do Trabalho e Previdência. Desenvolvido com a participação da entidade setorial Crop Life Brasil, o curso atende também exigências do recém-lançado Programa Nacional de Habilitação de Aplicadores de Agrotóxicos e Afins (Aplicador Legal), do Governo Federal.
Conforme o coordenador da UR, o pesquisador científico Hamilton Ramos, um dos mais renomados pesquisadores do Brasil em Tecnologia de Aplicação de agroquímicos, o curso de qualificação está aberto a empresas do agronegócio, agricultores, engenheiros agrônomos e consultores. “O conceito possibilita formar multiplicadores do treinamento, para estender conhecimento no âmbito de companhias do agro, prefeituras, Secretarias de Agricultura, sindicatos rurais e outros parceiros potenciais, possibilitando a adequada capacitação dos trabalhadores.”
De acordo com Ramos, o treinamento da UR foca na Norma Regulamentadora 31.8 (N.R. 31.8), do Ministério do Trabalho e Previdência e também nos preceitos do “Aplicador Legal”, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ambos definem diretrizes, comportamentos, competências e regras atreladas a agroquímicos. “A aplicação do programa da UR ocorre nos formatos semipresencial e em módulo EAD (ensino à distância). O conteúdo se encontra pronto, gravado e as adesões terão início após o lançamento da plataforma em Ribeirão Preto.”
“Temos avançado em relação à qualidade de máquinas, produtos químicos e biológicos. Mas no momento de usar às tecnologias, o aplicador comete erros que põem em risco a sanidade de lavouras, a saúde humana e o meio ambiente. Treinamentos atendem hoje de 30% e 40% das pessoas alocadas na aplicação de agroquímicos, geralmente as que possuem relações de trabalho. O Brasil precisa de iniciativas educativas que cheguem às pequenas e médias propriedades”, continua Ramos.
Baseado em dados da UR e do IBGE, o pesquisador ressalta que, nos dias de hoje, 80% das propriedades rurais brasileiras têm menos de 100 hectares, ao passo que 50% destas não ultrapassam dez hectares. “É no produtor com esse perfil que necessitamos chegar com força para melhorar a qualidade das aplicações de agroquímicos. A medida governamental estreitará caminhos para melhor difusão de informações e aprimoramento da mão de obra especializada”, finaliza Hamilton Ramos.
A Unidade de Referência ou UR resulta de uma parceria entre o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, situado em Jundiaí (SP), e o setor privado. Foi criada há cinco anos, com o propósito de levar educação a agentes multiplicadores de informação ao campo.
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