Triticultor deve estar atento ao momento de aplicar nitrogênio em cobertura

03.06.2011 | 20:59 (UTC -3)
Lebna Landgraf

O trigo é uma cultura que precisa de nitrogênio em quantidades e épocas adequadas para garantir boas produtividades e melhoria na qualidade do grão. A adubação nitrogenada do trigo tem maior eficiência se for parcelada, aplicando-se parte na semeadura e o restante em cobertura. “Na semeadura de trigo no Paraná, o produtor tem aplicado, em média, entre 15 e 20 kg de N por hectare no sulco de semeadura. O restante é aplicado, a lanço, geralmente, na fase de perfilhamento da planta”, explica o pesquisador Manoel Bassoi, da Embrapa Soja.

A quantidade de fertilizante nitrogenado aplicada em cobertura é variável, em função do teor de matéria orgânica do solo, da cultura antecessora e da expectativa de rendimento de grãos. “A adubação de cobertura, quando feita na fase de perfilhamento, estimula o desenvolvimento vegetativo e também a formação das espigas”, diz o pesquisador Fábio Álvares Oliveira, da Embrapa Soja.

O primeiro passo para fazer indicação de adubação nitrogenada em trigo é identificar a cultura anterior (soja ou milho). Nos casos de cultivo de trigo em sucessão à soja, o ideal é aplicar, na semeadura, entre 10 e 30 kg de N por hectare e entre 30 e 60, na cobertura. Se o produtor cultivou milho antes do trigo, deve-se aumentar a quantidade de nitrogênio recomendada, aplicando-se de 25 a 50 na semeadura e entre 30 e 90 kg de N por hectare, na cobertura. “A quantidade é maior se a cultura antecessora for o milho, porque os microrganismos necessitam de mais nitrogênio para decompor a palhada do milho do que a de soja”, avalia Bassoi.

No mercado brasileiro, os dois principais adubos nitrogenados disponíveis aos agricultores são a uréia (45% de N) e o sulfato de amônio (20% de N). Pela análise econômica, principalmente em função dos custos, o produtor costuma preferir a adubação com uréia. Contudo, o manejo da uréia requer maiores cuidados, porque este fertilizante pode apresentar perdas elevadas por volatização de amônia. “Para aumentar a eficiência de uso da uréia é importante que ocorra uma chuva logo em seguida, porque o fertilizante precisa ser dissolvido para ser incorporado ao solo rapidamente”, diz Foloni. “Também deve-se preferir realizar esta adubação no período final do dia, para reduzir as perdas por volatização da amônia”.

Arquivo Cultivar

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