Café brasileiro registra maior VBP da história em 2025
Estimativa alcança R$ 114,86 bilhões impulsionada pelo avanço do arábica e do canephora em todo o país
Campos agrícolas maiores favorecem o aumento das populações de rato-campestre (Microtus arvalis), praga que causa prejuízos significativos à agricultura da Europa Central. Essa é a principal conclusão de um estudo realizado por sete anos na República Tcheca.
A pesquisa observou uma relação positiva e não linear entre o tamanho dos campos e a densidade populacional do roedor. O efeito foi mais forte em campos com até 20 hectares. Em áreas maiores, o crescimento na população de roedores foi menos acentuado, mas ainda presente.
Os pesquisadores monitoraram mais de 3 mil pares de dados de densidade de roedores e tamanho de campo em 22 distritos agrícolas da República Tcheca, entre 2015 e 2021. A densidade populacional foi estimada com base na contagem de entradas de tocas ativas por hectare. O índice de tocas é um método padronizado usado para estimar populações de Microtus arvalis.
As amostragens ocorreram em duas estações por ano -- primavera e outono --, em campos cultivados com alfafa, trevo e misturas de alfafa com gramíneas. Todos os campos analisados apresentavam conectividade por faixas de vegetação ou valas de drenagem, que funcionam como corredores para dispersão dos roedores.
Três fatores influenciaram fortemente a densidade do rato-campestre: tamanho do campo, tipo de cultivo e altitude. Os modelos estatísticos confirmaram que o aumento na área cultivada elevou a densidade de roedores, especialmente em campos de até 20 hectares. A relação se mostrou robusta mesmo após o controle de variáveis como estação, tipo de forrageira e altitude.
Campos de alfafa concentraram as maiores densidades no outono. Em média, apresentaram 1,5 vez mais roedores do que campos de trevo e mais do que o dobro em relação às áreas de mistura com gramíneas. Na primavera, os campos com mistura apresentaram as maiores populações, seguidos da alfafa.
A altitude influenciou apenas os campos de trevo, onde a densidade aumentou em áreas mais elevadas. Essa associação não foi observada nos outros tipos de cultivo.
Conforme os cientistas, a relação entre tamanho de campo e densidade do rato-campestre desafia a teoria ecológica vigente, que previa ausência de correlação ou até redução da densidade com aumento da área. Espécies que vivem preferencialmente no interior dos habitats, como o Microtus arvalis, tendem a ter menos imigrantes por unidade de área em trechos grandes, devido à dificuldade geométrica de localização do recurso.
No entanto, os autores propõem que, nesses casos, o aumento da densidade deve-se à permanência dos indivíduos nas áreas natais, reduzindo a emigração. Esse comportamento já foi observado em estudos com outras espécies de microtinos.
O rato-campestre apresenta explosões populacionais cíclicas a cada dois a cinco anos. Nesses surtos, as populações podem ultrapassar 6 mil indivíduos por hectare, provocando perdas expressivas em cereais, oleaginosas e forrageiras. Apenas outra espécie, o camundongo doméstico na Austrália, apresenta densidades semelhantes.
Outras informações em doi.org/10.1002/ps.70410
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura