Superávit no agro paulista totaliza US$ 14,4 bilhões no acumulado de 2023

Resultado da Balança Comercial Paulista em 8 meses foi 6,9% superior a 2022

19.09.2023 | 15:46 (UTC -3)
Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Foto: divulgação
Foto: divulgação

Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, mostram numa análise setorial do agronegócio, o resultado de janeiro a agosto de 2023, foi 6,9% superior em relação ao mesmo período do ano passado. Isso significa que houve um aumento de 5,6% nas exportações, alcançando US$17,84 bilhões, e 0,6% nas importações, totalizando US$3,44 bilhões.

No total do Estado de São Paulo (somando todos os setores da economia), as exportações de produtos agrícolas do Estado de São Paulo são de 39,1%, enquanto a participação das importações é de 7,1%.

A participação do agronegócio paulista no agronegócio nacional, nos oito meses de 2023, se destacou nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (84,6%), produtos alimentícios diversos (75,4%), plantas vivas e produtos de floricultura (67,6%), complexo sucroalcooleiro (63,4%) e demais produtos de origem vegetal (63,3%).

As exportações paulistas sobressaem dos demais setores da economia, exclusive o agronegócio, com a soma de US$ 27,80 bilhões, e as importações, US$ 45,31 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$17,51 bilhões. Mas, pode-se concluir que esse saldo negativo t do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos negócios agrícolas no estadual, cujo saldo se manteve positivo, na faixa de US$ 14,40 bilhões.

Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo no período analisado, representaram 15,8% em relação ao agronegócio brasileiro, alta de 0,2p.p. ante ao mesmo período de 2022; já as importações tiveram aumento (0,5p.p.), passando de 30,3% para 30,8%.

Exportações paulistas por grupos de produtos

Nos primeiros 8 meses deste ano, comparando a 2022, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumentos para os grupos complexo sucroalcooleiro (+25,9%), de sucos (+16,4%) e florestais (+1,0%), e queda nos grupos de carnes (-25,8%), café (-10,0%) e complexo soja (-3,6%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a agosto de 2023 foram: complexo sucroalcooleiro (US$6,09 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 87,5% e o álcool etílico – etanol, 12,5%); o complexo soja (US$ 3 bilhões, tendo ela em grão 84,5% de participação); o setor de carnes (US$2,01 bilhões, em que a bovina respondeu por 80,9%); produtos florestais (US$1,78 bilhão, com 50,5% de celulose e 41,5% de papel) e o grupo de sucos (US$1,33 bilhão, dos quais 97,4% referentes ao de laranja).

Esses cinco agregados representaram 79,6% das vendas externas por setor no Estado. Já o grupo de café, tradicional nas exportações, aparece na sexta posição, com vendas de US$631,47 milhões (68,1% referentes ao verde e 24,5% de solúvel).

Exportações dos principais produtos paulistas

No mesmo período foram analisados os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes no Estado, entre eles, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (34,1%), uma elevação de 25,9% em valores e 6,6% em volumes de vendas externas, acompanhando o comportamento do açúcar (+30,1% em valores e 6,3% em volume), o principal produto, com destaque para a valorização de 21,9% no preço médio da commodity no período. Já para o álcool (etanol), os embarques apresentaram elevações de 11,2% em volume e de 2,5% em valores. Os resultados apontam como principais compradores: China (9,8%), Nigéria (7,1%), Marrocos (6,7%), Índia (5,5%), Bangladesh e Arábia Saudita (5,4%, cada um), União Europeia (5,2), Coreia do Sul (5,1%) e Argélia (4,9%); os demais países 44,9%.

O setor complexo soja teve desempenho positivo e ficou na segunda posição, com elevação nos embarques (+8,4%) e queda em valores (-3,6%). O grão, principal produto, apresentou variação negativa de valores (-5,4%), mas com aumento em volumes (+6,4%), em comparados ao mesmo período de 2022. A China (66,9%) é o principal destino em termos de participação de valores, seguida de Tailândia (5,5%), Irã (5,2%), Indonésia (3,8%) e Argentina (3,3%); os demais importadores somam 13,3%.

Na quarta posição na pauta paulista, o grupo dos produtos florestais teve certa estabilidade de janeiro a agosto de 2023, com aumento de 1,0% em valores e recuo de 1,6% na quantidade embarcada em relação aos mesmos meses do ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo, apresentaram elevação nos valores (+11,3%) e nos embarques (+5,9%). Já o papel obteve variações negativas para os valores (-4,4%) e volume (-16,7%). O principal destino em participação de valores exportados é a China (34,1%), seguida por União Europeia (13,1%), Estados Unidos (9,5%), Argentina (7,5%), Peru (5,3%) e Chile (5,0%). Outros países somam 25,5% de participação.

O suco de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou aumentos de 20,8% no valor e de 0,6% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado), as vendas externas ganharam em valores (+30,9%) e em volume (+22,6%). Já os outros de laranja não fermentados obtiveram altas de 0,7% em valores e queda de 15,8% em volumes. A variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva em valores e em volume (+16,4% e +13,8%, respectivamente). Os maiores compradores desse grupo são União Europeia (50,4%), Estados Unidos (34,9%), China (4,9%) e Japão (3,3%); os demais compradores têm 6,5% de participação.

Para o grupo do café, os resultados apontaram quedas de 10,0% nos valores e 11,3% no volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café verde, que apresentou menores vendas de 15,1% em valores e de 11,0% em quantidades exportadas pelo estado; já o café solúvel obteve crescimento de 3,9% em valores e diminuição de 15,2% em volume comercializado. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 39,6% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (15,7%), Japão (7,7%), Argentina (7,6%), Canadá (3,9%,), Coreia do Sul (3,0%), Reino Unido e China (2,9%, cada um) e os demais países participam com 16,7%.

Importações do agronegócio paulista

Os principais produtos de importação do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a agosto de 2023 foram: papel (US$270,00 milhões), seguido de salmões (US$259,31 milhões) e trigo (US$227,35 milhões).

Balança comercial geral e do agro do Brasil

A balança comercial brasileira registrou superavit de US$62,41 bilhões de janeiro a agosto de 2023, com exportações de US$224,58 bilhões e importações de US$162,17 bilhões. Esse resultado apresenta aumento de 42,7% no superavit em relação ao mesmo período de 2022, quando alcançou US$43,72 bilhões.

Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a agosto de 2023 apresentaram aumento (4,2%) em relação a igual período de 2022, alcançando US$112,68 bilhões (50,2% do total nacional). Já as importações tiveram queda em 1,0% no período, registrando US$11,17 bilhões (6,9% do total nacional).

O superávit do agronegócio chegou a US$101,51 bilhões no período, sendo 4,8% superior na comparação com o acumulado do período de janeiro a agosto de 2022.

Importações do agronegócio brasileiro

Os principais produtos brasileiros, analisados no mesmo período, foram: trigo (US$913,11 milhões, contabilizando 2,77 milhões de toneladas, 34% inferior ao volume importado em relação ao mesmo período de 2022), papel (US$601,11 milhões), malte (US$540,45 milhões), salmões (US$528,10 milhões) e leite em pó (US$509,00 milhões).

Participação do Estado de São Paulo no Brasil

A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) apresentou estabilidade nas exportações e incremento de 0,2 ponto percentual nas importações no acumulado de janeiro a agosto de 2023, apontando valores de 20,3% nas exportações e de 30,1% de representatividade para as importações.

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