IAT lança plataforma para conservação e restauração da biodiversidade
A ferramenta foi oficializada pela Portaria IAT nº 344/2023 e já está no ar
Nesta semana, o Sudoeste de Minas foi reconhecido como região produtora de café e recebeu a chancela de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência (IP) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O território agora é o quinto de Minas Gerais a ganhar uma IG, tendo o café como produto. A conquista é fruto de intenso trabalho desenvolvido pela Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas com o apoio do Sebrae Minas.
De acordo com os últimos levantamentos, a região responde por 10% da produção de café em todo o estado. São cerca de 156 mil toneladas de grãos produzidos anualmente em 21 municípios: Arceburgo, Alpinópolis, Alterosa, Bom Jesus da Penha, Botelhos, Cabo Verde, Carmo do Rio Claro, Conceição de Aparecida, Fortaleza de Minas, Guaranésia, Guaxupé, Itamogi, Jacuí, Juruaia, Monte Belo, Monte Santo de Minas, Muzambinho, Nova Resende, Passos, São Pedro da União e São Sebastião do Paraíso.
O sabor doce com notas de caramelo, chocolate e nozes, além da acidez cítrica e corpo denso com finalização prolongada são as principais características do café produzido na região, e cultivado em altitudes que variam entre 700 e 1250 metros, com temperaturas anuais entre 5C° e 28°C e pluviosidade média de 1350 mm, o favorece o desenvolvimento da cafeicultura de alta qualidade.
Essas características do café aliadas aos fatores ambientais e o modo de produção foram essenciais para o reconhecimento da região pelo INPI com a IG – um marco para a valorização do produto e a possibilidade de expansão para novos mercados.
“Agora, os cafés produzidos na região poderão ser comercializados com a garantia de origem, proporcionando aos consumidores a experiência única de saborear um produto genuíno e especial. Essa valorização é uma recompensa justa aos esforços diários dos produtores, que sempre buscam elevar os padrões de qualidade do café da região”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Há três anos, o Sebrae Minas tem realizado um trabalho em conjunto com a associação dos cafeicultores da região. Entre as ações está a realização de um diagnóstico de avaliação do potencial de Indicação Geográfica (IG), instrumento legal que assegura a exclusividade do uso do nome geográfico por produtores e empresas do território. Foi após esse levantamento, em julho de 2022, que a associação dos cafeicultores solicitou ao INPI o reconhecimento da região Sudoeste de Minas, com o objetivo de diferenciar e gerar maior valorização do café produzido na região.
O presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, Fernando Barbosa, destaca a importância desse reconhecimento e as vantagens para a região. “A conquista da IG é um passo importante, pois nos dá condições de alcançar novos mercados para que o mundo enxergue nossa região como produtora de um café diferenciado, além de mostrar um nivelamento da qualidade dos nossos produtos. Essa chancela vai garantir a proteção do nome geográfico, a promoção do território e o controle dos processos de produção, tornando a região legítima e mais valorizada”, afirma Barbosa.
Atualmente, o Brasil tem 104 Indicações Geográficas registradas. A maioria delas são de pequenos negócios no segmento do agronegócio. No caso do café, são 14 IGs reconhecidas, dessas seis são de Minas Gerais: Região do Cerrado Mineiro (Indicação de Procedência (IP)e Denominação de Origem (DO), Região das Matas de Minas (IP), Mantiqueira de Minas (DO), Campo das Vertentes (IP), e agora Sudoeste de Minas (IP).
A IG é mais uma conquista dos cafeicultores da região. Em maio deste ano, a Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas e o Sebrae Minas lançaram a marca território “Sudoeste de Minas”, uma estratégia de promoção e posicionamento do produto no mercado para fortalecer a união dos produtores e a identidade do território.
A nova marca expressa os valores, crenças e atitudes dos produtores, garantindo a competitividade do café da região. A criação dessa estratégia de branding também dá suporte aos planos estratégico, operacional e tático que serão direcionados para o desenvolvimento da governança, marketing, estruturação do sistema de origem controlada, engajamento dos produtores e empresas e disseminação de conhecimentos e implantação de novas tecnologias.
Ao todo, sete regiões em Minas Gerais foram beneficiadas com o trabalho do Sebrae Minas no desenvolvimento local em torno da cafeicultura. São elas: Cerrado Mineiro, Matas de Minas, Mantiqueira de Minas, Chapada de Minas, Região Vulcânica, Canastra e Sudoeste de Minas.
“O estado tem uma grande diversidade de produtos, saberes e fazeres. O Sebrae Minas, de forma estratégica, continua apoiando territórios que têm forte vínculo com seus produtos, buscando impulsionar o desenvolvimento territorial. Atuamos como articuladores do setor cafeeiro, apoiando a governança local, estimulando a abertura de novos mercados e fortalecendo a identidade regional”, explica Marcelo Silva.
A Região Sudoeste de Minas se soma ao Cerrado Mineiro e a outros territórios como locais genuínos de produção cafeeira no estado. De 2010 a 2020, a cafeicultura local cresceu 34%, saltando de 3,25 milhões de sacas em 2010 para 4,37 milhões de sacas em 2020. No mesmo período, a produtividade do segmento no país cresceu 27%. O valor bruto da produção na região na safra 2020-2021 foi mais de R$ 2,2 bilhões.
A cafeicultura é também uma grande empregadora de mão de obra familiar nesse território e se destaca pela atuação de produtores que estão na segunda ou terceira geração dos negócios. Além disso, a atividade contribuiu significativamente para o incremento do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios produtores, que já atingiu o valor de R$ 12,2 bilhões, segundo dados do IBGE (dados de 2020).
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura