Stephanes: cacau brasileiro é um bom negócio

26.03.2010 | 20:59 (UTC -3)

"Produzir e industrializar cacau é e será sempre um bom negócio. Temos análises econômicas da situação da cadeia produtiva sobre o que pode ser feito e quais as perspectivas em relação à produção em outros países." A declaração é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

Ele falou durante a 15ª reunião ordinária da Câmara Setorial do Cacau, quinta-feira (25/03), em Brasília, quando recebeu homenagem pelo trabalho realizado em prol da cacauicultura.

Segundo Stephanes, a reestruturação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) está bem adiantada e vai proporcionar dinamismo ao setor. "O projeto já está concluído. Quanto ao endividamento, temos trabalhado de forma constante com outros setores do governo para avançarmos nesse processo," adiantou.

O ministro destacou que a criação das câmaras setoriais foi uma ação positiva, por ser um espaço democrático, que permite às cadeias produtivas discutir os próprios temas, apoiados na pesquisa e inteligência para levá-los ao debate no Ministério da Agricultura. "É função do governo facilitar o trabalho da iniciativa privada, responsável pela produção. O mérito deve ser daqueles que, no passado, construíram a indústria e a cadeia produtiva do cacau no Brasil e aos que têm contribuído para a retomada da liderança nacional que já tivemos nessa área", informa.

Cacau Show - A reunião da câmara também serviu para homenagear o presidente da Cacau Show, Alexandre Tadeu da Costa, que recebeu do ministro Stephanes diploma de honra ao mérito por sua atuação, há 21 anos, na produção e divulgação do chocolate brasileiro. "Temos como meta mostrar aos consumidores o que é o cacau e como é produzido no País", enfatiza Costa, que se notabilizou também como incentivador cultural. Por iniciativa de Alexandre Costa, a escola de samba Rosas de Ouro apresentou o enredo sobre a influência do cacau e foi a vencedora no Carnaval paulista deste ano.

Degustação - No fim da reunião, os membros da Câmara Setorial degustaram chocolates com percentuais de cacau entre 26% (mais doce) e 70% (mais amargo) e o ministro recebeu o livro O Cacau é Show, que conta a história do mundo do chocolate e apresenta centenas de fotografias de Lailson Santos.

Ceplac: 65 mil produtores de regiões cacaueiras são beneficiados com assistência técnica e extensão rural

A geração e a difusão de novas tecnologias para culturas agrícolas e a promoção do desenvolvimento sustentável das regiões cacaueiras do Brasil são os principais eixos de atuação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Em 2009, 65 mil produtores de regiões produtoras de cacau foram atendidos com serviços de assistência técnica e extensão rural que envolvem, por exemplo, o controle de doenças, manejo e adubação do solo e poda das plantas.

Esses agricultores atuam em uma área total de 1,6 milhão de hectares nos estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e Rondônia e cultivam, além de cacau, dendê, seringueira, palmito, frutas e produtos florestais, entre outros. Trabalham ainda com apicultura e pecuária bovina. Para esses produtores, a Ceplac ainda distribuiu, no ano passado, mais de 18 milhões de sementes de cacau e 510 mil de outros cultivos.

Houve também o desenvolvimento de 114 linhas de pesquisas científicas voltadas para o melhoramento genético, biotecnologia, fisiologia da produção e manejo do solo para o cacau e outras culturas tropicais. Os estudos resultaram, nos últimos quatro anos, na criação de 32 clones resistentes a pragas, como a vassoura-de-bruxa, e de alta produtividade.

“O desafio da Ceplac é ampliar o plantio de cacau. Com isso estamos nos preparando para atender a demanda interna da indústria processadora principalmente pelo crescente consumo de chocolate no País, nos últimos cinco anos”, reforça o diretor da Ceplac, Jay Wallace.

Controle - Para controlar a praga que provoca mais prejuízos à lavoura de cacau, técnicos da Ceplac monitoram 473,6 mil hectares infestados pela vassoura-de-bruxa. Do total, 150 mil hectares já estão sendo recuperados pela introdução de clones tolerantes à doença e manejo adequado do solo. O órgão desenvolveu também o biofungicida Tricovab que tem alto potencial de controle do fungo causador da praga. O novo produto está em fase final de registro. Outra ação para combater a doença é o sequenciamento genético do fungo que vai propiciar novas tecnologias de controle.

Agregação de valor - A Ceplac investiu R$ 2 milhões, entre 2007 e 2009, na reestruturação da sua unidade piloto de tecnologia da produção, que funciona em Ilhéus/BA. O local, antes voltado para produção interna de derivados do cacau, agora é utilizado para o desenvolvimento de pesquisas com processamento de chocolate. A intenção é que a agroindústria tenha como alternativa a venda do produto final (chocolate), que vale no mercado externo R$ 180 o quilo, e deixe de vender apenas a amêndoa do cacau que tem preço de R$ 6 o quilo.

Outra linha de atuação é no setor de agroenergia. Foram produzidas e distribuídas 260 mil mudas e sementes de dendê de alta produtividade a quatro mil famílias de agricultores das regiões do Baixo Sul, Jequiriçá e Recôncavo baiano, que abrangem cerca de 30 municípios do estado nordestino.

Fonte: Mapa -

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro