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Uma solução inovadora está ajudando a controlar uma das principais pragas que atingem os vinhedos de Mendoza, província argentina que responde pela maior área de cultivo de videiras da América Latina e é a quinta maior do mundo. A tecnologia usada no combate à Lobesia botrana, mariposa que ataca os cachos de uva, não agride o meio ambiente e foi criada por uma empresa brasileira, a ISCA.
A Lobesia botrana é uma praga que veio da Europa e já atinge os vinhedos da Argentina e do Chile. Leandro Mafra, presidente da ISCA Latam, explica que, para esse caso, o controle com feromônio é o mais indicado e tem alta eficácia. No entanto, o produto normalmente usado para isso vem em pequenos sachês, que precisam ser aplicados manualmente. “Isso gera um custo alto, não só do produto, como também do aplicador. Além disso, a aplicação tem que ser feita de forma simultânea. Se levar várias semanas para cobrir uma área, não terá a eficácia esperada, o que complica ainda mais o processo”, explica.
Há três anos os produtores da região começaram a utilizar a solução da ISCA, que pode ser aplicada por via aérea. Os resultados não poderiam ser mais positivos. Para saber como está o nível de infestação de determinada área, são instaladas redes, que são armadilhas para as mariposas. “No primeiro ano, as armadilhas capturavam 80 mil mariposas. Agora, são apenas 6 mil, uma redução significativa, prova de que nossa estratégia deu certo”, conta Mafra.
A ISCA opera na Argentina por meio de um representante local, uma companhia aérea que adaptou seus equipamentos para fazer a aplicação do produto. A Lobesia botrana é um problema tão sério para os vinhedos que seu controle conta com incentivos governamentais. O programa de controle na região foi criado e é gerenciado pelo Instituto de Sanidad e Calidad Mendoza (ISCAMEN), uma autarquia semelhante à Embrapa no Brasil, que já reconheceu, em estudos oficiais, a eficácia do produto da ISCA.
Com a aplicação aérea, foi possível cobrir grandes áreas e ter um controle efetivo. Agora, a empresa deu mais um passo na evolução tecnológica, com o uso de drones na aplicação, o que permite reduzir custos, focar em regiões específicas e cobrir diferentes áreas simultaneamente. “Um drone sozinho consegue aplicar o produto em centenas de hectares por dia, enquanto o avião cobre dezenas de milhares de hectares por dia. Para comparar, uma pessoa aplica, manualmente, cerca de 4 hectares por dia”, diz o empresário.
O próximo passo é levar a solução para o Chile e, mais para a frente, para a Europa, principal mercado produtor de vinhos do mundo. “Já trabalhamos com o governo norte-americano há vários anos, fazendo o controle de um besouro em florestas, mas trata-se de uma outra realidade. A experiência na Argentina foi a primeira com cobertura de áreas comerciais e se tornou um diferencial da ISCA, que conseguiu cobrir grandes áreas fazendo uso da aplicação aérea do produto. Esse é um modelo de sucesso que vamos levar para outros países.”
Mendoza é uma região grande, cerca de 200 mil hectares, mas com muitos pequenos produtores. A consequência é que não existe uma uniformidade no controle da praga. “Os grandes produtores são tecnificados, mas os pequenos não. Aí os grandes usam o feromônio, mas, se o vizinho dele não faz o controle, não adianta nada, porque há reinfestação”, afirma.
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