Soja avança com 90% de conformidade ambiental em biomas-chave

Monitoramento da Serasa Experian aponta expansão em áreas consolidadas na Amazônia Legal e no Cerrado

25.11.2025 | 10:39 (UTC -3)
Viviane Garcia, edição Revista Cultivar

Dados inéditos levantados pela Serasa Experian mostram que 90,7% das áreas de soja monitoradas na Amazônia Legal e no Cerrado estão em conformidade socioambiental, ou seja, sem sobreposição com desmatamentos recentes. Com base em mais de 111 mil registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR), o estudo analisou mais de 74 milhões de hectares, o equivalente a uma área maior do que todo o território do Chile. 

Para Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, os dados comprovam que a soja brasileira tem avançado com sustentabilidade. “A maior parte dessa produção cresce dentro de áreas já consolidadas, sem pressionar novos territórios ou causar desmatamento. Esse é um retrato de como o agro pode aliar expansão à produtividade, eficiência e conservação”, diz.

A análise foi feita através de monitoramento diário de propriedades rurais por meio do cruzamento de dados públicos, informações proprietárias e imagens de satélite, utilizando a solução Smart ESG, da Serasa. Também considerou o Prodes, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

As regiões analisas foram a Amazônia Legal e o Cerrado, utilizando data de corte de 31 de julho de 2019 para verificar a ocorrência de novas aberturas de área.

Recorte estadual mostra maturidade socioambiental no Centro-oeste

O recorte estadual registrou cenário positivo sobre as três Unidades Federativas analisadas – as maiores produtoras de grãos do Brasil. Avaliando a intersecção com a “Amazônia Legal” e o “Cerrado” em conjunto, a região Centro-Oeste demonstra maturidade sobre a expansão agrícola, com avanços significativos no plantio realizado sem a necessidade de novas áreas desmatadas.

No Mato Grosso, foram mapeados 42 milhões de hectares, no Mato Grosso do Sul, 19 milhões, e em Goiás, 13 milhões de hectares — áreas que concentram a maior parte da expansão agrícola do país.

Amazônia Legal tem 91% das áreas em conformidade ambiental

Na Amazônia Legal, que engloba pelo estudo o estado do Mato Grosso, apontou que 90,84% das áreas de soja estão em conformidade socioambiental após 2019.

Com base no total monitorado, as áreas com indício de desmatamento mapeadas pelo Prodes representam apenas 9,16%. Parte dessas áreas, contudo pode ter Autorização de Supressão de Vegetação (ASV), o que indica que a conformidade real tende a ser ainda maior. “Por isso, é de extrema importância a centralização, controle e conferência das ASV por parte dos órgãos ambientais que conduzem o licenciamento nas esferas federal, estadual e municipal. Podemos diminuir muito a discussão e as incertezas sobre os números do desmatamento se tivermos a informação ambiental correta e disponível para consulta”, afirma Pimenta.

Para Jeysa Meneses, gerente de soluções agro da Serasa Experian, “o resultado reforça que, hoje, a produção na Amazônia Legal está consolidada em áreas já abertas. Ou seja, de acordo com os dados do SmartESG sobre os estados mapeadas, o avanço da soja na região não tem pressionado novas fronteiras agrícolas”.

No bioma Cerrado expansão sustentável prevalece com 88,6% de conformidade

No Cerrado, bioma estratégico e que tem registrado forte expansão agrícola, 88,6% das áreas monitoradas estão em conformidade ambiental. No trecho do Mato Grosso, o índice é de 91,9%, no Mato Grosso do Sul é de 90,3% e em Goiás, 82,9%. A área com registro de corte raso pós 2019 representa 11,4% do território analisado, demonstrando o equilíbrio entre crescimento agrícola e conservação ambiental. “Esses também são resultados que identificam uma intensificação sustentável da produção, aproveitando o potencial de uso eficiente da terra”, conclui Jeysa Meneses.

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