Sistema pioneiro no mundo mitiga impacto ambiental e amplia eficácia da aplicação aérea de agroquímicos

Método de análise criado no interior do Estado de São Paulo monitora a operação de aeronaves e protege organismos vivos como as abelhas.

11.09.2017 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Fundada há pouco mais de três anos por dois jovens empresários de São João da Boa Vista (SP), a empresa Dominus Soli está revolucionando o conceito de aplicação aérea de defensivos agrícolas. Desenvolvedora da ferramenta Spray Plan, primeiro sistema de análise lançado no mundo para monitorar a operação de aviões agrícolas, a Dominus Soli conquistou uma ampla carteira de clientes, formada por produtores rurais que buscam conciliar a produtividade agrícola à mitigação do impacto de agroquímicos sobre o meio ambiente.  

Sócios diretores da empresa, Antonio Loures Soares Junior e Marco Antonio Lino Junior explicam que o sistema de análise Spray Plan, originário de um projeto de inovação, transfere a gestores do agronegócio um conjunto de informações decisivo para mensurar resultados obtidos com a aplicação de agroquímicos, por via aérea, nas propriedades rurais.

"O sistema Spray Plan diagnostica falhas registradas nas aplicações aéreas. Trata-se de um recurso que evita danos às culturas, amplia o potencial produtivo de lavouras e protege organismos vivos que não estão no alvo desses tratamentos, como as abelhas”, resume Loures. O executivo atua há mais de dez anos ligado ao mercado de aviação agrícola.

Lino acrescenta que os clientes da empresa são principalmente usinas de açúcar e etanol, além de grandes produtores de algodão, arroz, citros, hortifrútis e soja, que juntos concentram cerca de 2,5 milhões de hectares de lavouras alvo de aplicações de agroquímicos.

 Segundo os diretores da Dominus Soli, o sistema Spray Plan gera laudos analíticos contendo índices quantitativos e qualitativos associados às aplicações aéreas. É possível avaliar, por exemplo, se os apontamentos de um determinado tratamento contratado pelo produtor rural junto a uma empresa de aviação agrícola foram de fato cumpridos pelo piloto na execução do serviço. 

“O sistema de análise permite planejar, avaliar e corrigir parâmetros como largura de faixa programada, aplicação efetiva, vazão, volumes de calda depositados fora de áreas planejadas, áreas não cobertas por produtos e aplicações sobrepostas. Pelo Spray Plan, também é possível controlar e redirecionar o volume de insumos utilizado”, complementa Loures.

Os dois empresários atribuem o rápido crescimento da Dominus Soli no mercado brasileiro à agilidade que o sistema Spray Plan trouxe ao produtor rural, marcadamente na tomada de decisões envolvendo a aplicação de defensivos agrícolas. 

“A identificação de erros ocorridos durante uma aplicação aérea ajuda o produtor a corrigir problemas graves atrelados à produção agrícola e a questões ambientais. Ancorado no sistema de análise, ele também reduz os custos de tratamentos e eleva sua expectativa no tocante à produtividade e à competitividade de sua lavoura”, reforça Lino.

Números - Dados coletados pela Dominus Soli nos últimos dois anos apontam que a adoção do sistema Spray Plan eleva a efetividade de cobertura dos produtos agroquímicos de 75% para 96% da área tratada. “Pelo tratamento aéreo convencional, em áreas onde são aplicados maturadores, notamos que ocorrem desperdícios de até 15% em volume de produtos, em virtude da ausência de controle sobre a quantidade de insumos entregue às aeronaves, por exemplo”, ressalta Antonio Loures.     

Os executivos afirmam ainda que os produtores que não levam em conta padrões técnicos adequados aos tratamentos de lavouras por via aérea sofrem perdas de até 50% no volume de defensivos agrícolas utilizado, pela ocorrência de ‘deriva’, evaporação ou de condições climáticas desfavoráveis à execução da aplicação. 

“Quando não há controle desses apontamentos, ocorre também a perda da eficiência de agroquímicos. Há vários relatos de clientes que empregaram métodos convencionais para aplicar inseticidas e não controlaram por completo as pragas-alvo, além de terem potencializado o impacto de produtos sobre organismos que não eram alvos dos tratamentos”, assinala Marco Antonio Lino.  

Dados do Sindag – Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola – demonstram que nos dias de hoje há 240 empresas de aviação agrícola em atividade, além de 565 operadores vinculados a agricultores e cooperativas. O total de aeronaves em uso é próximo de 2080. Ainda de acordo com a entidade, no território nacional cerca de 70 milhões de hectares de lavouras recebem anualmente aplicações de defensivos agrícolas por via aérea. A maior parte dos prestadores de serviços de aviação agrícola está distribuída nos estados de São Paulo, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

“É tarefa da Dominus Soli atuar para integrar todas as partes envolvidas nas operações de aplicação aérea de agroquímicos: produtores, agrônomos, pilotos e prestadoras de serviço de aviação. Nosso modelo de trabalho propõe aos parceiros valorizar as boas práticas da aviação agrícola, tendo em vista a melhoria contínua dos tratamentos de lavouras e a sustentabilidade da agricultura brasileira”, finaliza Loures.

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