UPL lança fungicida multissítio Tridium para produtores de Cruz Alta (RS)
A UPL realiza no dia 28 de agosto de 2019, em Cruz Alta (RS), o lançamento regional do fungicida multissítio Tridium
Israel Araya é um produtor de arroz em Bagaces, na Costa Rica, cuja forma tradicional de cultivo o levou a acumular grandes perdas devido a colheitas infrutíferas. Jamais imaginou que um curso virtual seria sua janela para chegar a inovação.
Com 34 anos de cultivo, enfrentou, em 2018, um último dissabor produtivo junto aos seus filhos Steven e Marlon, a quem havia convencido a mexer no plantio de arroz para ter mais apoio e encontrar alternativas de melhora.
“Colhemos um arroz de má qualidade que quase não queriam comprar e tivemos perdas”, confidenciou Israel. Foi seu filho Steven quem descobriu o curso “Sistema Intensivo de Cultivo de Arroz (SRI): Produzir mais com menos”, no campus virtual do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
“Fiz o curso, o aprendi ponto por ponto e decidi que se quiséssemos continuar cultivando arroz deveríamos mudar e utilizar este método, que tem muitos benefícios”, afirmou Steven Araya.
O Sistema Intensivo do Cultivo de Arroz (SRI, em sua sigla em inglês) é uma metodologia agroecológica para a produção do arroz que aumenta a produtividade, reduz os custos econômicos e ambientais e é mais resiliente à mudança climática. Foi desenvolvido nos anos 1980 em Madagascar.
Consiste em quatro princípios básicos: promover o estabelecimento cedo e rápido das plantas saudáveis, reduzir a concorrência entre as plantas, manter os solos saudáveis, aereados e enriquecidos com matéria orgânica e uma melhor gestão da água ao alternar solos secos e molhados.
O IICA, junto com seus parceiros e a assessoria da Universidade de Cornell, dos Estados Unidos, trabalha há seis anos para ajustar o sistema à agricultura da América Latina e do Caribe. Países como Chile, Colômbia, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Venezuela implementaram o SRI com resultados encorajadores.
“No Instituto buscamos aumentar o conhecimento do SRI no hemisfério, apoiar iniciativas de demonstração, gerar ferramentas que tornem mais fácil a implementação e facilitar a cooperação horizontal e regional no tema”, detalhou a especialista técnica em Mudança Climática, Recursos Naturais e Gestão de Riscos Produtivos do IICA, Kelly Witkowski.
No caso de Israel e seus filhos, eles experimentaram os benefícios do SRI em Bagatzí de Bagaces, Guanacaste, onde possuem um lote de quase 13 hectares. Só um deles se mantém sob o plantio tradicional de arroz para se comparar os resultados.
“Em relação às sementes para o plantio, passamos a utilizar entre 100 e 120 quilos por hectare a apenas 24 e se reduziu em até 30% o uso da água. Também vemos plantas com mais vigor, muito limpas e com melhor sanidade, sem problemas de doenças ou bactérias, com colmos mais grossos, espigas mais desenvolvidas e mais grãos”, explicou o produtor.
“Não imaginava isso, mas estou muito feliz com os resultados, este arroz é amigável ao meio ambiente, todo o controle fitossanitário temos feito utilizando micro-organismos para controle de pragas e doenças, fungos e bactérias”, acrescentou Araya.
Parceiros do arroz
No processo de renovação Israel Araya contou com o apoio da Corporação Arrozeira Nacional (CONARROZ) e o Instituto Nacional de Inovação e Transferência em Tecnologia Agropecuária (INTA).
“É fornecido um acompanhamento semanal para analisar variáveis agronômicas das avaliações, assim como pragas, doenças, ervas daninhas e a preparação dos solos”, detalhou Berter Martínez, técnico da CONARROZ.
A inovação impulsada por Israel Araya chamou a atenção de El Pelón de la Bajura, uma das maiores firmas arrozeiras da Costa Rica, assim como a de outros pequenos produtores da região.
“Fui comprar sementes deles com a intenção de cultivar arroz para uso comercial, mas ao mencionar que a terra de meu lote era nova para o cultivo, me deram sementes registradas para tirar sementes certificadas”, explicou Araya. Aquela semente é adquirida por El Pelón de la Bajura.
A ideia é que esta metodologia de cultivo possa ser utilizada por mais fazendas da região. “Esperamos que o lote seja uma escola para quem deseja fazer as coisas de forma diferente e mudar a metodologia, ter melhores rendimentos e mais benefício econômico”, afirmou Araya.
“O SRI é um sistema que tem as possibilidades de se desenvolver aqui, é quase impossível subsistir na atividade sob o sistema produtivo convencional”, concluiu.
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