Setor arrozeiro contesta ações do governo federal para a cadeia produtiva

Em nota, a Federarroz destaca que alta de preços não traz benefícios, e exportações para o México ainda não surtiram resultados

26.06.2019 | 20:59 (UTC -3)
Nestor Tipa Júnior

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) enviou comunicado contestando informações do governo federal sobre o setor arrozeiro que vêm circulando na internet. Em recente áudio disponibilizado em redes sociais atribuído à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a dirigente ressaltou ações realizadas pelo executivo federal. Entretanto, a entidade afirma que a elevação dos preços de mercado do saco de arroz de R$ 38,00 para R$ 43,00 é decorrente da forte quebra de safra no Estado do Rio Grande do Sul e redução de área plantada no resto dos demais Estados, não sendo resultado de qualquer medida do governo, uma vez que foram colhidas 1,5 milhão de tonelada a menos na atual safra.

Conforme a Federarroz, o aumento do preços acima não é motivo de comemoração pelos arrozeiros, pois o produtor de arroz segue trabalhando em imenso prejuízo, devido ao custo de produção exorbitante e influência negativa do Mercosul. "Ressaltamos que os preços do saco de arroz seriam ainda muito menores se não fossem as terríveis perdas de produção que atingiram os produtores, razão pela qual a Federarroz reforça a orientação de que o produtor reduza drasticamente o plantio, sob pena de aumentar os imensos prejuízos colhidos ao longo dos últimos anos, fato que levará o país, inquestionavelmente, a perder a autossuficiência na produção de arroz", reafirma o comunicado.

A Federarroz esclarece, ainda, que a esperada e comemorada abertura do comércio para o México se revela inócua, pois os custos das taxas de entrada do arroz no país impedem a efetivação de qualquer negócio. "Além disso, em que pese inúmeras solicitações de adotar fiscalizações qualitativas nas fronteiras e no varejo apresentadas pelo setor, o Governo Federal não adotou qualquer medida com objetivo de minimizar as diferenças qualitativas da produção nacional e com o produto importado, situação que está acabando com o setor orizícola gaúcho", ressalta a federação.

A entidade frisa que o Executivo Federal não realizou ações direcionadas capazes de amenizar os prejuízos das enchentes que assolaram o setor no início do ano, uma vez que os produtores encontraram amparo no âmbito das limitações dos agentes financeiros, em especial o Banco do Brasil. "Por derradeiro, o Governo Federal precisa adotar, com coragem e liderança, medidas aptas a efetivamente solucionar os problemas que estão por inviabilizar a cultura de arroz no Estado", reforça a nota da Federarroz.


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