Seminário aborda manejo do solo e da água

Professor da Universidade de Passo Fundo vai abordar os cuidados que os agricultores precisam ter com o solo das propriedades

28.04.2017 | 20:59 (UTC -3)
Imprensa UPF

A Universidade de Passo Fundo (UPF) promoverá, juntamente com a Feisa 2017, o seminário “Manejo e conservação do solo e da água”, que será realizado neste sábado, 29 de abril. Na oportunidade, o professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV) Vilson Antonio Klein irá ministrar palestra intitulada “Manejo do solo para alta produtividade”.

O objetivo do seminário é apresentar os problemas físicos e químicos que os solos agrícolas podem apresentar, evidenciando o que esses problemas podem causar às plantas e ao ambiente. Conforme Klein, é importante que se conheça quais as práticas e os manejos que devem ser adotados para que os problemas não ocorram e, quando diagnosticados, possam ser eliminados. “Em relação aos problemas físicos, será abordada a questão da compactação do solo, com seus efeitos nas plantas e na redução da infiltração da água no solo, com sérias consequências sobre a conservação dele e da água”, destacou Klein.

A descompactação do solo utilizando implementos de hastes, como escarificadores, também será um dos temas abordados. “Implementos de hastes, por não tombarem o solo, não têm capacidade para incorporar calcário em profundidade. A descompactação e o grande volume de poros produzidos poderão facilitar um pouco a mobilidade do solo. Para que a escarificação tenha o efeito desejado, é fundamental que não seja feito preparo secundário com gradagens, por exemplo, uma vez que essa operação reduz em muito os efeitos promovidos pela hastes do escarificador”, explicou.

De acordo com o professor, para que o efeito da escarificação perdure, é imprescindível que ela seja aliada à implantação de plantas de cobertura que possuam um sistema radicular grande e robusto, reduzindo, assim, a possibilidade de nova compactação. “Em relação à química do solo, o seminário abordará que os solos nacionais são caracterizados pela acidez e pela presença de elementos tóxicos, como Al e Mn, que impedem a elongação celular e o consequente crescimento do sistema radicular. A forma mais viável de reduzir a acidez e neutralizar o efeito do Al é a calagem. Em sistema plantio direto, ela é feita, na maioria das vezes, com aplicação na superfície, tendo inclusive vários trabalhos demonstrando a sua eficácia”, destacou.

O professor ainda destaca que, em função da compactação, principalmente em solos mais argilosos, sequer água está conseguindo infiltrar, então, a baixa mobilidade do calcário é ainda mais reduzida, limitando o seu efeito à camada superficial. Além disso, em função de repetidas aplicações na superfície, em muitas situações está com o pH elevado, gerando um desequilíbrio nutricional e um ambiente favorável ao aparecimento de doenças no trigo, como o mal do pé.

Segundo o professor Klein, para conhecer a real situação do solo, é imprescindível que o agricultor faça coletas de amostras de solo em profundidade de forma estratificada, ocasião em que já poderá observar, também, de forma empírica, se o solo se encontra compactado, pois somente dessa forma será possível conhecer as condições do solo. “O agricultor deve estar ciente de que o solo é o seu maior patrimônio, e a busca pela construção de um solo fértil, sem limitações físicas, químicas e biológicas em profundidade, precisa ser uma constante. Conhecer, monitorar, analisar e corrigir problemas do solo, mesmo que a médio prazo, são as palavras de ordem”, finalizou.

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