Avanço promissor na safra de soja do Rio Grande do Sul supera expectativas
Cultura do milho enfrenta desafios climáticos, enquanto beterraba e cebola mostram cenários distintos de produção e mercado
Em todo o Centro-Oeste, Sudeste e boa parte do Paraná, o volume de chuvas ficou entre 40% e 80% abaixo da média nas últimas duas semanas. O volume mais baixo que a normalidade neste momento ainda não é motivo para preocupação nas regiões produtoras de milho de segunda safra, mas o monitoramento do modelo europeu (ECMWF) mostra seca para a maior parte do país nos próximos dias, segundo dados apurados pela EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites.
“O ciclo do milho de segunda safra ainda está no começo e a exigência das plantas por água é baixa nesse estágio, mas já sabemos que será preciso mais chuvas. Para as próximas semanas, os modelos climáticos estão divergentes: enquanto o modelo europeu (ECMWF) mostra seca para a maior parte do país, o americano (GFS) indica ocorrência de chuvas em algumas regiões. Então, se a tendência de seca se estender até o fim de março, existe possibilidade de afetar o potencial produtivo do milho segunda safra”, explica Felippe Reis, analista de culturas da EarthDaily Agro.
A exceção é o Rio Grande do Sul, onde os volumes de chuvas se mantêm entre 50 milímetros ou mais acima da média, favorecendo o desenvolvimento das lavouras de verão. O índice de vegetação (NDVI) está atualmente no maior patamar em comparação com as últimas quatro temporadas. Além disso, a umidade do solo deve permanecer acima da média no curto prazo, cenário favorável para as lavouras de verão.
No Paraná, mais de 80% do milho de segunda safra foi semeado, mas na região norte o NDVI ainda não aponta emergência clara das plantas e a umidade do solo está abaixo da média. Já no Sul do estado, o NDVI apresenta boa dinâmica nesse início de ciclo e a umidade do solo está em bom patamar na região, o que é favorável ao desenvolvimento das lavouras e indica que o ciclo do milho de segunda safra está mais adiantado em comparação com o norte do estado.
No Centro-Oeste, Mato Grosso também apresenta diferenças de desenvolvimento das lavouras de milho segunda safra. Na região Centro-Norte do estado, a umidade do solo deve ficar no menor nível em comparação com os últimos três anos. No entanto, o NDVI mostra um início de ciclo antecipado em relação às temporadas anteriores, assim as lavouras de milho terão mais tempo para aproveitar o fim do período das águas. Na região Sul do estado, o modelo europeu (ECMWF) prevê que a umidade do solo tenha leve aumento no curto prazo.
No Mato Grosso do Sul a umidade do solo deve continuar baixa de acordo com dados do (ECMWF). A umidade do solo deve continuar abaixo da média (linha tracejada), mas deve aumentar de maneira gradual no curto prazo. O cenário aponta similaridade com o ano de 2022, ano em que a produtividade foi boa.
Para Goiás, o modelo europeu (ECMWF) aponta alta significativa da umidade do solo nos próximos dias, o que será favorável para o desenvolvimento das lavouras. Tanto o (GFS) quanto o (ECMWF) indicam alta precipitação para os próximos dias nas áreas produtoras de milho segunda safra.
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