Satélites da NASA vêem intenso efeito La Niña no oceano Pacífico

28.12.2010 | 21:59 (UTC -3)

“Este é um dos mais fortes eventos La Niña desde a última metade do século e irá persistir até o verão do hemisfério norte”, diz Bill Patzert, oceanográfico e climatologista no Laboratório Jet Propulsion Laboratory da NASA. O fenômeno La Niña traz água fria, rica em nutrientes para o Pacífico equatorial na América do Sul. Estes nutrientes são importantes para a vida marinha, auxiliando no aumento da população dos peixes e incrementando da pesca. Os pescadores esperam um bom ano, já que um intenso La Niña está agora dominando o oceano Pacífico.

 

No site http://earthobservatory.nasa.gov/IOTD/view.php?id=48141 pode-se ver as imagens do efeito. As duas imagens superiores mostram o sinal mais forte de água fria do La Niña. As imagens da esquerda demonstram as temperaturas de superfície do oceano no dia 15 de dezembro, medidas pelo Advanced Microwave Scanning Radiometer do EOS (AMSR-E), no satélite aquático da NASA. Em dezembro de 2010, a temperatura da superfície do mar estava mais fria do que a média em todo o Pacífico equatorial.

 

“Os impactos climáticos incluem fortes chuvas e inundações, as quais danificaram plantações e inundaram as minas na Austrália e na Ásia. Também resulta na inundação no norte da América do Sul e nas condições de seca na Argentina. Esta poderosa moça está espalhando suas maldições e bênçãos em todo o planeta. Ela é um negócio real”, afirma Patzert.

 

A imagem da direita mostra o conteúdo de calor da superfície do oceano entre 14 e 16 de dezembro, observada pelo U.S.- French Ocean Surface Topography Mission (OSTM)/Jason-2 satellite. A água expande enquanto se aquece, assim que a água mais quente tem uma elevação maior na superfície de água fria. O vale azul, cruzando o meio da altura da imagem da superfície do mar, é a assinatura do La Niña.

 

“O La Niña ocorre somente quando ambos, o oceano e a atmosfera, mudam em conjunto, e em 2010 eles mudaram”, diz o oceanógrafo David Adamec, da Goddard Space Flight Center, da NASA. A temperatura incomum dos oceanos e desequilíbrio na pressão do ar altera os padrões climáticos em todo o mundo.

 

A imagem inferior mostra algumas das condições meteorológicas incomuns que La Niña trouxe em dezembro, observadas pelo Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM), entre 23 de novembro e 23 de dezembro. A imagem mostra precipitações totais em comparação com a precipitação média para o período, com chuvas acima da média, azuis, e menos do que a média, em marrom.

 

“Efeitos do tempo são fortes no oeste do Pacífico,” diz Adamec. “A Austrália está inundando em muitas áreas”, afirma. Os efeitos típicos do La Niña na América do Norte geralmente começam em janeiro. “Para os efeitos ‘normais’ nos Estados Unidos, percebe-se o frio nas planícies do Alto, seco e quente o clima da Califórnia, o tempo seco no Sudeste, especialmente na Flórida, e o clima raramente empapado no Noroeste”, diz Adamec.

 

Uma vez que essa faixa larga de no Pacífico está fria, o La Niña tende a manter uma tampa em temperaturas globais. 2010, no entanto, ainda estava se preparando para ser o ano mais quente já registrado, apesar de La Niña, de acordo com cientistas da NASA Goddard Institute for Space Studies.

 

Carolina Silveira (com informações do site da NASA)

Grupo Cultivar

carolina.silveira@grupocultivar.com

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