Safra dos Cafés do Brasil corresponderá a 32% da produção mundial

Safra brasileira foi estimada em 54,7 milhões de sacas e a produção mundial equivalerá a 171,3 milhões de sacas de 60kg em 2023

31.05.2023 | 14:42 (UTC -3)
Embrapa
Safra brasileira foi estimada em 54,7 milhões de sacas e a produção mundial equivalerá a 171,3 milhões de sacas de 60kg em 2023; Foto: Wenderson Araujo/CNA
Safra brasileira foi estimada em 54,7 milhões de sacas e a produção mundial equivalerá a 171,3 milhões de sacas de 60kg em 2023; Foto: Wenderson Araujo/CNA

A produção total dos Cafés do Brasil foi estimada em um volume físico equivalente a 54,7 milhões de sacas de 60kg para a safra 2023. Tal estimativa inclui obviamente a produção de 37,9 milhões de sacas da espécie de Coffea arabica, as quais equivalem a 69,3% da produção nacional, e, adicionalmente, 16,8 milhões de sacas de Coffea canephora, espécie no caso que contempla os cafés conilon e robusta, que correspondem a 30,7% da safra nacional total.

Em nível mundial a produção da cafeicultura deverá atingir o equivalente a 171,3 milhões de sacas de 60kg, das quais 98,6 milhões de sacas serão da espécie de C. arábica, que corresponderão a 57,5% da safra global, e 72,7 milhões de sacas de C. canephora, que representarão em torno de 42,5% da produção mundial no ano-cafeeiro 2022-2023.

Neste mesmo contexto, vale também destacar que a safra estimada para os Cafés do Brasil, caso tais números se confirmem, corresponderá a 32% da produção global, incluindo obviamente as duas espécies citadas. E, especificamente, que a produção de café arábica no Brasil equivalerá a aproximadamente 38,5% da produção de C. arabica em nível mundial, e, ainda, que a produção brasileira de C. canephora corresponderá a 23% da produção dessa espécie (robusta+conilon) em nível mundial.

Outro ponto que merece destacar nesta análise é que a área da cafeicultura, cujas lavouras estão de fato produzindo nesta safra 2023 no Brasil, totaliza 1,87 milhão de hectares, sendo que 1,48 milhões de hectares são destinados ao café arábica, e aproximadamente 390 mil hectares são de canephora (robusta e conilon), o que permite estimar que a produtividade média total dos Cafés do Brasil será de 29,2 sacas por hectare, considerando a safra total de 54,7 milhões de sacas citada anteriormente, com as duas espécies de cafés cultivadas no País.

Vale salientar que os dados ora em destaque dos Cafés do Brasil da safra 2023 foram extraídos do Acompanhamento da Safra Brasileira de Café – maio 2023, da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, assim como do Relatório sobre o mercado de Café – abril 2023, da Organização Internacional do Café – OIC, os quais estão disponíveis na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

Em relação ao mercado mundial de café, conforme consta do Relatório da OIC citado, “O consumo mundial de café aumentou 4,2%, para 175,6 milhões de sacas, no ano cafeeiro de 2021/22, após um aumento de 0,6% no ano anterior. A liberação da demanda reprimida acumulada durante os anos da COVID-19 e o forte crescimento econômico global de 6,0% em 2021 explicam a recuperação do consumo de café no ano cafeeiro 2021/22. A desaceleração das taxas de crescimento econômico mundial para 2022 e 2023, juntamente com o aumento dramático do custo de vida, terá um impacto no consumo de café para o ano cafeeiro 2022/23. Espera-se que cresça, mas a uma taxa de desaceleração de 1,7%, para 178,5 milhões de sacas. A desaceleração global deverá vir de países não produtores, com o consumo de café da Europa previsto para sofrer a maior queda entre todas as regiões, com taxas de crescimento caindo para 0,1% no ano cafeeiro 2022/23, ante uma expansão de 6,0% no ano cafeeiro 2021/22. Como resultado, o mercado mundial de café deverá passar por mais um ano de déficit, de 7,3 milhões de sacas.”

E especificamente em relação ao nosso País cuja produção total dos Cafés do Brasil, que é de 54,7 milhões de sacas de 60kg, caso seja estabelecido um ranking dos seis maiores estados produtores, em ordem decrescente, verifica-se o seguinte: Minas Gerais, em primeiro lugar, com 27,8 milhões de sacas, performance que corresponde a aproximadamente 51% da produção nacional;  Espírito Santo, em segundo, com 13,6 milhões de sacas (25%); São Paulo, em seguida, com 4,9 milhões de sacas (9%); Bahia, 3,6 milhões de sacas (6,6%), Rondônia, 3,1 milhões de sacas (5,7%), e Paraná, sexto estado produtor, com 1,2%, produz 686,7 mil sacas. Demais estados produtores dos Cafés do Brasil completam os 100% da safra nacional.

Esclarecemos que a CONAB realiza quatro levantamentos da safra de café a cada ano. O primeiro é feito nos meses de novembro e dezembro e divulgado em janeiro, e retrata o período pós-florada do cafeeiro. O segundo, objeto desta análise e divulgação, é realizado e divulgado no mês de maio e representa o período de pré-colheita. O terceiro, realizado em agosto e divulgado em setembro, compreende o período de plena colheita no País. O quarto levantamento, realizado e divulgado em dezembro, compreende o período de pós-colheita, momento em que são corrigidos e consolidados todos os dados obtidos no campo. E, ainda, em complemento, que para a Organização Internacional do Café – OIC o ano-cafeeiro é computado do mês de outubro ao mês de setembro do ano seguinte, a fim de adequar e compatibilizar a produção em nível mundial.

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