RS Safra 2024/25: clima prejudica hortaliças no Estado

Chuvas e baixa luminosidade favorecem doenças e atrasam manejo de campo em várias culturas

03.07.2025 | 17:13 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues, edição Revista Cultivar
Foto: Dartanhã Vecchi
Foto: Dartanhã Vecchi

As condições climáticas nas últimas semanas têm imposto sérios desafios à produção agrícola no Rio Grande do Sul. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado nesta quarta-feira (3/7) pela Emater/RS, as chuvas frequentes, associadas à umidade excessiva e à baixa luminosidade, têm prejudicado principalmente o cultivo de hortaliças, atrasado manejos de campo em culturas de inverno e afetado a qualidade das pastagens.

Hortaliças enfrentam perdas

As folhosas cultivadas a céu aberto, como alface, rúcula, salsa e cebolinha, estão entre as mais impactadas. Em Santa Rosa, produtores relatam perdas por apodrecimento e estiolamento — crescimento excessivo e alongado causado pela falta de luz. Em Erechim, o excesso de umidade também dificultou operações de semeadura, transplante e preparo de canteiros, além de favorecer o surgimento de doenças como podridões. Já em Passo Fundo, apesar da alta umidade, as plantas apresentam desenvolvimento satisfatório e preços estáveis.

Nas regiões de Bagé e Caxias do Sul, o plantio de cultivos para sementes também enfrenta entraves. Em Candiota, há problemas de germinação nas lavouras de coentro, enquanto em Caxias, o encharcamento do solo prejudica o plantio e o controle de plantas daninhas nas áreas de cebola.

Brássicas como brócolis e couve-flor foram fortemente atingidas em Soledade, com perdas que chegam a 50% em algumas lavouras. Apesar disso, ainda não há desabastecimento, mas a qualidade dos produtos foi reduzida.

Trigo: atraso na semeadura 

O excesso de chuvas também impacta a semeadura do trigo, que até o momento alcançou 50% da área estimada. O estabelecimento das lavouras implantadas é considerado bom, mas o avanço da safra depende da melhora nas condições climáticas. A previsão da Emater/RS é de uma área cultivada de 1,19 milhão de hectares, com produtividade estimada em 2.997 kg/ha.

Outras culturas de inverno, como a aveia-branca, canola e cevada, apresentam estágios variados de desenvolvimento. A aveia já foi implantada em cerca de 80% da área prevista, enquanto a canola chega a 95% da semeadura, mas com dificuldades de manejo em função da umidade do solo. A cevada teve um avanço maior durante janelas de tempo seco, especialmente no Norte do Estado.

Culturas de verão encerram ciclo 

A colheita do milho da safra 2023/24 foi finalizada, com produtividade média de 6.857 kg/ha, em uma área de 706,9 mil hectares. Já o feijão da segunda safra teve rendimento médio de 1.316 kg/ha em 15,5 mil hectares cultivados.

Pastagens sofrem com umidade 

A produção de forragem também foi afetada pelas chuvas e pela limitação de luz solar. O crescimento das pastagens está atrasado, prejudicando o pastejo dos rebanhos. Alagamentos, erosão e lixiviação de nutrientes têm comprometido ainda mais a qualidade e a disponibilidade do alimento nos campos gaúchos.

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