Aumento da produção de algodão no BR traz novos desafios para a pesquisa
Segundo documento da Embrapa, sustentabilidade deve estar aliada ao aumento de biodiversidade do sistema de cultivo
Estudos sobre o desenvolvimento, produtividade e aspectos fitossanitários da cultura do café sob aumento da concentração de CO2 em experimento FACE (Free Air CO2 Enrichment), serão apresentados em 26 de junho, pela pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Kátia Nechet, no Simpósio Impactos das Mudanças Climáticas na Agricultura, no Instituto Agronômico – IAC, Campinas, SP.
Experimentos do tipo FACE permitem estudar no campo o efeito do aumento de gás carbônico na atmosfera sobre o desenvolvimento de plantas, o que abre uma gama de possibilidades para prospecção, avaliação e proposição de medidas de mitigação e adaptação.
A pesquisadora abordará os resultados obtidos durante 4 anos desse experimento com as cultivares Catuaí e Obatã, instalado na Embrapa Meio Ambiente, único implantado na América Latina e o primeiro a estudar o impacto do aumento da concentração de CO2 na cultura do café no mundo. "O FACE atendeu a vários aspectos importantes, ainda não contemplados na literatura científica, com informações geradas por experimento de longa duração (acima de 3 anos contínuo) e em bioma tropical", explica Nechet.
Os principais efeitos do aumento de CO2 foram o aumento na altura das plantas, aumento da produção em torno de 15%, diminuição da incidência de bicho-mineiro em períodos de pico da praga, além do aumento da frequência de plantas daninhas C3.
Conforme Nechet, "nas condições do experimento, a incidência das doenças fúngicas ferrugem e cercosporiose foi baixa, e o aumento da concentração de CO2 não teve efeito nessas duas principais doenças do cafeeiro".
Foi constatado também que a ocorrência do bicho-mineiro nos dois primeiros anos foi baixa e, a partir do terceiro ano, observou-se períodos de pico de incidência da praga para ambas as cultivares. Também houve um aumento de diversidade na população de ácaros nas plantas submetidas ao aumento de CO2, na cultivar Catuaí.
Os coordenadores do Simpósio são os pesquisadores Emília Hamada e Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente e Francislene Angelotti, da Embrapa Semiárido (Petrolina, PE).
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.embrapa.br/meio-ambiente/simposio.
Serviço
Local: Espaço Solos do Brasil – Instituto Agronômico – IAC Av. Barão de Itapura, 1.481, Botafogo Campinas – SP
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