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Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan descobriram como plantas decidem quando florescer diante da escassez de fósforo. A resposta envolve o deslocamento de uma proteína inativa, chamada bGLU25, entre compartimentos da célula. O estudo oferece caminhos para o desenvolvimento de cultivos mais resilientes em ambientes de baixa fertilidade.
A equipe liderada por Hatem Rouached identificou que, sob deficiência de fósforo, a bGLU25 migra do retículo endoplasmático para o citosol, graças à ação da protease SCPL50. Uma vez no novo compartimento celular, bGLU25 se associa à proteína AtJAC1, que por sua vez retém a proteína GRP7 fora do núcleo. Esse bloqueio impede GRP7 de inibir a expressão do gene FLC, um repressor chave da floração, resultando no atraso do florescimento.
Esse sistema funciona como um "interruptor molecular", que adia a reprodução da planta em resposta ao ambiente adverso. Em condições de fósforo suficiente, a bGLU25 permanece inativa, e a floração ocorre normalmente. Quando o fósforo se torna escasso, a planta prioriza a sobrevivência em vez da reprodução.
O estudo demonstrou ainda que variações naturais na expressão da bGLU25 influenciam o tempo de floração em diferentes variedades de Arabidopsis. A descoberta também tem implicações em outras culturas, como arroz, indicando um mecanismo conservado na evolução das plantas.
O fósforo é essencial para a agricultura, mas seus estoques são limitados. Ao compreender como as plantas naturalmente ajustam seu desenvolvimento frente à escassez, os cientistas pretendem criar variedades mais eficientes no uso de fertilizantes. Para Rouached, o conhecimento abre portas para cultivos "inteligentes em nutrientes", que mantêm produtividade mesmo em solos pobres, com menor impacto ambiental.
Outras informações em doi.org/10.1016/j.devcel.2025.10.005
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