Programa IAC-Quepia celebra publicação da norma ABNT NBR ISO 27065

Disponibilizado no final do mês de abril, conteúdo versa sobre requisitos de desempenho das vestimentas protetivas para aplicadores de pesticidas

19.06.2023 | 13:52 (UTC -3)
Fernanda Campos

Após intenso trabalho da CE 32:006.03 – Comissão de Estudos de Luvas e Vestimentas de Proteção/Riscos Químicos -, composta por entidades, pesquisadores e empresas, foi publicada a norma ABNT NBR ISO 27065. Ela versa sobre os requisitos de desempenho para vestimentas protetivas produzidas no país, empregadas por trabalhadores rurais aplicadores de pesticidas.

“Na prática, os estudos que deram origem à primeira versão dessa norma tiveram início em 2004”, destaca o pesquisador científico Hamilton Ramos, membro da comissão de estudos e também coordenador do programa IAC de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual ou EPI na Agricultura (IAC-Quepia). Esta iniciativa une a indústria da área ao Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, em Jundiaí.

Ramos é considerado no Brasil um dos precursores da inovação atrelada à qualidade dos EPI. Representantes das indústrias de pesticidas e EPI, por exemplo, atribuem a ele parte da responsabilidade pela evolução tecnológica das vestimentas e de luvas protetivas para aplicadores de pesticidas.

O pesquisador figura desde 2004 como membro do Comitê Técnico ABNT/CB 032, que conduziu esforços e iniciativas de pesquisas com vistas ao aprimoramento da norma ISO 27065. O conteúdo de base do novo documento, complementa Ramos, abrange requisitos de desempenho, classificação e etiquetagem para vestimentas protetivas utilizadas no manuseio de pesticidas (fungicidas, herbicidas, inseticidas e outros).

Ramos acrescenta ainda que o programa IAC-Quepia se dedica, nos dias de hoje, a uma série de estudos complementares em torno da seleção de matérias-primas capazes de reduzir a exposição do aplicador de pesticidas.

“Auxiliamos à indústria do setor a buscar certificações baseadas nas normas da ISO para esses produtos”, reforça Ramos. Interligado a um Consórcio formado por oito países, incluindo Estados Unidos, França, Alemanha e Eslovênia, o programa IAC-Quepia fornece um selo próprio, o “Selo Quepia”, a fabricantes de EPI que atendam parâmetros de segurança, resistência e qualidade de tecidos, conforme ressalta o pesquisador.

Criado há 17 anos, “por isso detentor de um acervo altamente qualificado na área de estudos sobre EPI”, diz Ramos, o programa IAC-Quepia reduziu as reprovações de qualidade de vestimentas protetivas agrícolas fabricadas no Brasil, que em 2010 eram da ordem de 80% do montante analisado no laboratório de Jundiaí-SP. Hoje, celebra ele, esse número é inferior a 20%.

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