Produtores do PR discutem estratégias para combater cigarrinha do milho

A praga vem preocupando produtores de diversas regiões onde o milho safrinha é uma cultura importante

16.07.2020 | 20:59 (UTC -3)
Sistema FAEP/SENAR-PR

A Comissão Técnica de Grãos, Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP se reuniu nesta segunda-feira (13), de forma virtual, em seu segundo encontro feito exclusivamente por videoconferência. Na pauta da reunião, as estratégias para o controle da Cigarrinha do Milho, (Dalbulus maidis) praga que vem preocupando produtores de diversas regiões onde o milho safrinha é uma cultura importante; e a possibilidade de negociar a produção por meio de NDF (Non-Deliverable Forward) também conhecido como “contrato a termo de moeda sem entrega física”, que permite “travar” uma taxa de câmbio futura, protegendo o produtor de flutuações desfavoráveis.

Como de costume, a reunião foi iniciada com uma rodada conjuntural pelo Estado, onde cada participante relatou a realidade da sua região. De modo geral, a colheita do milho safrinha está no início na maioria das regiões. A produtividade foi afetada pela estiagem que vem castigando o Paraná desde o ano passado. Em diversas regiões a produtividade ficou abaixo de 100 sacas por hectare. “Aqui já na região colhemos cerca de 5%. Está dentro do previsto, como aqui sofreu muito com a seca, o pessoal não investiu muito mais, então a qualidade desse milho não deve ser muito boa. Em metade do município choveu muito pouco”, relatou Nelson Paludo, presidente do Sindicato Rural de Toledo e dirigente da comissão.

O trigo, em contrapartida guarda boas perspectivas, com relatos positivos em 100% das regiões onde a cultura tem representatividade.

Cigarrinha

O engenheiro agrônomo Dr. Claudinei Antônio Minchio, extensionista do Instituto Emater, apresentou a palestra “Cigarrinha do milho – vazio sanitário é a solução?”.

De fato, devido à gravidade dos danos da praga, que pode comprometer até 70% da produtividade, promover tombamento e morte precoce das plantas, os órgãos responsáveis têm o vazio sanitário como alternativa de controle. O parecer de Minchio é contrário à esta medida. “Em algumas regiões do estado não dá pra descartar o milho verão”, considerou. Apesar desta estratégia ser totalmente recomendada no caso da ferrugem asiática da soja, que é um fungo, talvez não tenha a mesma eficácia para controlar uma praga.

Na visão do extensionista, que estudou o tema a fundo no ano passado a pedido de uma cooperativa paranaense, a enfrentamento desta praga tem no Manejo Integrado de Pragas (MIP) um importante aliado. “O Paraná já é vanguarda neste estudo, é possível o controle desde que a gente adote técnicas de monitoramento e manejo. Evitar a entrada desnecessária de agroquímicos que eliminam os predadores da cigarrinha e dos seus ovos”, observou.

O SENAR-PR oferece um curso voltado ao MIP Milho, logo após a palestra de Minchio, a técnica do SENAR-PR, Flaviane Medeiros, apresentou aos participantes da comissão este novo curso, que já está disponível. “Foi lançado agora na última safra do milho safrinha algumas turmas piloto. Tivemos boa adesão. Já está disponível, só procurar o sindicato rural e pedir”, orientou.

Na sequência o sócio da Granoeste investimento, Robson José Polotto, apresentou aos participantes como funcionam os contratos a termo em moeda estrangeira. “Serve para proteger seu resultado financeiro, travar sua margem”, sintetizou. Como a taxa de câmbio acaba tendo muita influência nos resultados financeiros dos produtores  - que tem produtos precificados em bolsas internacionais – a estratégia gerou bastante interesse entre os participantes da comissão.

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