Desenvolvimento da soja no Rio Grande do Sul é favorecido pelo clima
O plantio evoluiu de 98% para 99% da área projetada; estimativa para a safra 2023/2024 é de 6.745.112 hectares
A primavera e o verão, períodos mais quentes do ano, trazem consigo um perigo para os produtores de citros do estado de Minas: o cancro cítrico. De fácil e rápida disseminação, a praga traz prejuízos à qualidade da produção e queda prematura dos frutos, além da restrição do comércio para áreas livres da doença. As áreas do estado mais afetadas são a Zona da Mata, o Vale do Rio Doce e o Triângulo Mineiro.
Em 2022, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), recebeu notificações sobre a suspeita do cancro cítrico nas cidades de Dona Euzébia e Astolfo Dutra, na região da Zona da Mata. Essas cidades não produzem citros, mas são produtoras de mudas e de lá saíram plantas infectadas com a bactéria causadora da doença.
Naquela época, o IMA visitou todos os viveiros de mudas da região e foram erradicadas cerca de 1 milhão de plantas infectadas. Essas propriedades foram interditadas por mais de 180 dias, conforme a legislação vigente. Apesar da medida drástica, a ação foi necessária, pois os focos poderiam se espalhar rapidamente pelas produções do estado.
O trabalho rendeu frutos, pois em 2023 somente duas propriedades continuavam com a doença, porém de forma controlada. “Estamos constantemente fazendo apelos aos produtores para que façam vistorias regulares em suas propriedades para se certificarem que estão livres da doença e, se notarem algum indício, que comuniquem ao IMA”, conta Leonardo do Carmo, engenheiro agrônomo e chefe da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA.
Segundo o engenheiro agrônomo, os produtores deixam de notificar o IMA da suspeita da doença por medo de terem suas produções destruídas, porém, quanto mais rápido agirem, menos prejuízos terão. “Se a doença for descoberta no início, há chances de salvar a produção”, afirma Leonardo.
Hoje, 88% da produção mineira de citros são de propriedades com menos de 10 hectares, ou seja, pequenos produtores. O IMA faz parcerias com entidades regionais para que as informações sanitárias preconizadas pelo órgão sejam replicadas de forma a chegarem a mais produtores, sobretudo pequenos e miniprodutores.
Desde 2022, o IMA tem intensificado suas ações para conseguir eliminar o cancro cítrico do estado. Entre essas atividades estão o aumento do número de fiscalizações em áreas de produção de mudas cítricas, o aumento do número de blitze nos corredores citrícolas de Minas Gerais, tanto na entrada, quanto na saída do estado, para evitar que o trânsito das cargas vegetais dissemine pragas. Além disso, o IMA vem conscientizando a população por meio de palestras e investindo em treinamentos de seu corpo técnico para o atendimento ágil de notificações da suspeita de infecção de pomares.
Ainda que a Zona da Mata, Sul de Minas e Triângulo Mineiro sejam os maiores produtores de citros, todo o estado de Minas tem essas espécies de plantas, por isso o cuidado não se restringe a essas regiões, e sim a todo o território. Para se ter ideia, Minas Gerais é o segundo maior produtor de citros do Brasil e o Brasil é o maior produtor dessas frutas no mundo.
O cancro cítrico pode se propagar através de vento, chuva, equipamentos agrícolas contaminados e até mesmo por insetos. As condições favoráveis ao desenvolvimento da bactéria são temperaturas entre 25° e 30°. Por esta razão, os meses de setembro a março são os mais perigosos.
“A facilidade de disseminação da praga é o que mais nos preocupa. Para se ter uma ideia, os técnicos do IMA, quando visitam uma propriedade em que a produção está contaminada por cancro cítrico, ou mesmo com suspeita, têm de fazer toda a desinfecção de suas roupas e veículos antes de visitarem outra propriedade”, revela o engenheiro agrônomo, Leonardo do Carmo.
O aparecimento do cancro cítrico é sinalizado por pequenas pústulas amarelas na parte inferior das folhas. Alguns dias depois, é possível ver uma correspondência, ou seja, uma protuberância em ambos os lados da folha. O último estágio é a contaminação dos ramos, que em alguns dias secam e morrem.
A melhor forma de proteger uma plantação é comprando mudas saudáveis. Saber a origem das plantas e se estão com a documentação sanitária adequada é fundamental. “Os dois principais documentos para se assegurar da boa saúde das mudas são o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV)”, explica o profissional.
Outra indicação é desinfestar caixarias utilizadas para acomodar as frutas, ferramentas utilizadas no manejo das plantas e veículos de transporte dessas partes.
O IMA reforça a necessidade de comunicar o quanto antes sobre a suspeita da doença em uma das unidades do órgão espalhadas pelo estado. Leonardo também lembra que “se o produtor notar que a produção de um vizinho tem cancro cítrico, também deve notificar o IMA, pois seu pomar também corre risco de contrair a doença”.
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