Produção total de laranjas é reestimada em 264,14 milhões de caixas

Com esta nova projeção, a safra recua 1,39% em relação à reestimativa de setembro e mantém o viés de queda, acumulando, desde maio, o equivalente a 10,21%

10.12.2021 | 15:46 (UTC -3)
Viviane Moura

A segunda reestimativa da safra de laranja 2021/22 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, publicada em 10 de dezembro de 2021 pelo Fundecitrus – realizada com a cooperação da Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp2 –, é de 264,14 milhões de caixas de 40,8 kg. Com esta nova projeção, a safra recua 1,39% em relação à reestimativa de setembro e mantém o viés de queda, acumulando, desde maio, uma perda de 30 milhões de caixas em relação à expectativa inicial, o equivalente a 10,21%. Da safra total, cerca de 23,46 milhões de caixas deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro.

As condições climáticas adversas nesta temporada, que incluem a mais severa seca em quase um século e sucessivas geadas, inibiram o crescimento das laranjas e aumentaram a queda prematura de frutos. O volume acumulado de chuvas de maio a novembro de 2021 foi de 344 milímetros, em média nas regiões do cinturão citrícola, 31% abaixo da normal climatológica (1981-2020), de acordo com dados da Somar/Climatempo Meteorologia.

Esse padrão inferior à média histórica ocorreu em 11 regiões com diferentes intensidades: -3% no Triângulo Mineiro; -18% em Bebedouro; -51% em Votuporanga; -13% em São José do Rio Preto; -26% em Matão; -42% em Duartina; -35% em Brotas; -30% em Porto Ferreira; -50% em Limeira; -42% em Avaré; e -30% em Itapetininga.

Apenas na região de Altinópolis o volume de chuvas despontou-se das demais e ficou16% acima da média, conforme apresentado no Gráfico 1. A estiagem intensa reduziu o nível de água dos rios e reservatórios, dificultando a disponibilidade até mesmo para os pomares com sistema de irrigação instalado, que abrangem mais de 30% da área do cinturão citrícola. No geral, a gravidade da seca só começou a diminuir em outubro, único mês desde o início da safra em que as chuvas superaram a média histórica. O quadro de chuvas observado, com estiagens regionalizadas, é típico do fenômeno climático La Niña, que está em atuação desde a primavera e deve se estender até o outono de 2022.

A colheita avançou e, em meados de novembro, alcançou cerca de 65% da produção total, mas ainda está em ritmo mais lento que o normal devido às condições climáticas desfavoráveis e à maior concentração de frutos de segunda florada. A colheita das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi foi finalizada; das outras precoces, Valência Americana, Seleta e Pineapple, atingiu 90%; Pera Rio, 70%; Valência e Valência Folha Murcha, 43%; e Natal, 39%.

Considerando todas as variedades, o tamanho médio projetado, em setembro de 2021, de 283 frutos para compor uma caixa de 40,8 kg, que equivale a laranjas com peso médio de 144,2 gramas, é revisado para 287 frutos por caixa, peso de 142,2 gramas por fruto, 15,9% menor do que o das últimas cinco safras (média de 169 gramas). O tamanho médio dos frutos das variedades Hamlin, Westin e Rubi projetado, em setembro de 2021, em 334 frutos por caixa (122 gramas por fruto) foi finalizado em 332 frutos por caixa (123 gramas por fruto). As laranjas das outras variedades precoces passam de 291 frutos por caixa (140 gramas por fruto) para 289 frutos por caixa (141 gramas por fruto). A variedade Pera Rio tem a projeção alterada de 278 frutos por caixa (147 gramas por fruto) para 290 frutos por caixa (141 gramas por fruto). O tamanho médio das variedades Valência e Valência Folha Murcha, que foi projetado em 263 frutos por caixa (155,1 gramas por fruto), é revisado para 264 frutos por caixa (154,5 gramas por fruto). A variedade Natal passa da projeção de 267 frutos por caixa (153 gramas por fruto) para 274 frutos por caixa (149 gramas por fruto).

O aumento da queda de frutos prematuros foi observado nos meses de outubro e novembro após o retorno das chuvas, o que já estava contemplado na taxa média projetada de 20,90%, considerando todas as variedades. Na distribuição da taxa de queda entre as variedades, a da Hamlin, Westin e Rubi foi finalizada em 12,00%; a das outras variedades precoces permanece projetada em 13,50%; Pera Rio, 23%; Valência e Valência Folha Murcha em 24%; e Natal em 24%.

O método utilizado para a reestimativa é o mesmo adotado na safra anterior. As informações foram obtidas a partir da pesquisa de monitoramento realizada em 1.200 talhões a partir de maio, que deixam de ser visitados à medida que ocorre a colheita completa dos mesmos. Outra fonte contemplada neste estudo é o tamanho dos frutos que são recebidos ao longo da safra pelas empresas de suco de laranja associadas ao Fundecitrus – Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus – para fins de processamento industrial. Cada processadora fornece, sob confidencialidade, os dados individuais à empresa de consultoria independente para cálculo do tamanho médio dos frutos processados

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