Potencial turístico estimula a implantação de pomares em Itabira (MG)

Iniciativa da Emater-MG visa criar oportunidades para que agricultores forneçam frutas para hotelaria e comércio locais

23.10.2023 | 14:00 (UTC -3)
Miriam Fernandes, edição Cultivar
Foto: divulgação
Foto: divulgação

O potencial turístico de Itabira, em Minas Gerais, foi percebido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), que está incentivando a implantação de pomares nas propriedades rurais, tanto como atividade principal, como para enriquecer a alimentação e complementar a renda das famílias. Além de ser conhecida como a cidade natal do poeta Carlos Drummond de Andrade, também é chamada de Cidade do Ferro, pois lá, em 1942, foi criada a Companhia Vale do Rio Doce, para a exploração das minas de minério da região. No local, também está um dos caminhos da “Estrada Real”. 

No início do mês, o município foi sede de uma das etapas do Circuito FrutificaMinas, que contou com as palestras “Potencialidades e Desafios para o Desenvolvimento da Fruticultura”,  proferida pelo coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábi,  e “Implantação e Manutenção de Pomar Doméstico”, com o coordenador da Unidade Regional de Guanhães, Gleidson de Souza. A atividade de campo também incluiu demonstrações de tratos culturais para as culturas da banana, goiaba e uva. 

De acordo com Gleidson, a região apresenta clima tropical de altitude, com temperatura anual média de 20 graus Celsius, com mínima de 14° e máxima de 26°, o que propicia o desenvolvimento de frutas como abacate, caqui, goiaba, laranja, limão, tangerina. “Todavia, culturas como a acerola, banana, maracujá e outras, com os devidos cuidados de manejo, também se adaptam bem ao clima", afirma.

Manejo das culturas

O coordenador regional da Emater-MG alerta que as fruteiras necessitam de tratos culturais rotineiros para o controle de pragas como as formigas cortadeiras, cochonilhas, pulgões e brocas do tronco e ramos, aos quais o produtor deve sempre estar atento para que não causem danos severos. "De modo similar, o cuidado com doenças também deve ocorrer no início dos sintomas. Para o controle de pragas e doenças, é recomendado o uso de caldas alternativas, como a calda sulfocálcica, a calda bordalesa, extrato de nim e outras, conforme o que se deseja controlar. Ao longo do ano é recomendado realizar capinas de modo a manter as frutíferas livres da competição as plantas espontâneas (mato) por água, nutrientes e luz", orienta Gleidson.

Ele recomenda ainda a adoção de cuidados extras com a condução e amarração de ramos, escoramento de ramos e plantas, e ensacamento de frutos, para proteger contra ataques de insetos.

Durante a primavera e o verão, aproveitando o período chuvoso, é recomendado realizar as adubações de produção, espaçadas em torno de 60 dias uma das outras, utilizando adubos orgânicos e/ou fertilizantes químicos. Já as colheitas dos frutos devem ser feitas quando os mesmos estiverem na condição de maturação adequada, conforme a espécie, para aproveitar o melhor do sabor e textura característicos. E quando a produção for excedente, os frutos podem ser utilizados na preparação de polpas para suco, doces ou geleias.

No caso de um pomar doméstico, com poucas plantas, para atender principalmente o consumo da família, não é preciso dispor de muito espaço. Mas o engenheiro agrônomo Gleidson sugere optar por uma diversidade de plantas que forneçam alimento o ano inteiro e com variedade suficiente. 

"É interessante contar com pelo menos 220 metros quadrados, nos quais podem ser cultivados uma mangueira, uma jabuticabeira, uma aceroleira, uma goiabeira, duas laranjeiras, um limoeiro e uma tangerineira. A necessidade de espaço varia conforme a espécie, sendo que plantas de menor porte são cultivadas em espaçamentos mais próximos e para plantas de grande porte os espaçamentos são mais largos", explica.

Case de sucesso

Helvécio Teles Teixeira é produtor na região, e possui pouco mais de meio hectare (cerca de 6 mil metros quadrados), plantados com uvas Syrah e Sauvignon Blanc, apropriadas para a produção de vinhos finos. A propriedade fica em Bom Jesus do Amparo, a cerca de 30 quilômetros de Itabira. Com o êxito na produção de uvas, Helvécio montou a vinícola Terra Rubra. O nome é uma alusão ao tom avermelhado do solo da região, rica em minério de ferro.

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