Polo de hortaliças no Nordeste Paulista é um dos principais do Estado de São Paulo

16.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
José Venâncio de Resende

O Nordeste paulista pode ser considerado uma das principais regiões produtoras e fornecedoras de hortaliças do Estado de São Paulo. Atende não apenas as centrais de abastecimento paulistas, como também outros estados, principalmente Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina, dependendo da oferta e da demanda da mercadoria. “Trata-se de mercado bastante dinâmico”, afirma Thiago Factor, pesquisador do Polo Nordeste Paulista/Apta Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Na agricultura paulista, o cultivo de produtos olerícolas tem importância significativa e a produção está concentrada em poucas regiões, onde geralmente há intensificação e especialização em determinadas culturas, explica Thiago. O grupo de olerícolas constitui a quarta maior fonte de renda agrícola para esta região, com valor da produção estimado em mais R$ 300 milhões, superado apenas por cana-de-açúcar, café e laranja. Cerca de 50% do total da cebola; 60% da batata, 30% da beterraba, 25% da cenoura e 11% repolho provém desta região. Além de renda, as hortaliças estão entre as atividades agrícolas que mais oferecem empregos, observa Thiago. Enquanto as culturas como cana-de-açúcar e cereais empregam de 0,5 a 1,0 pessoa por hectare, as hortaliças podem geram de 3 a 6 pessoas/ha.

Apesar da grande importância que essas culturas representam para a região, alguns problemas ligados à produção, sobretudo no que se refere à conservação do solo e da água vêm preocupando produtores e sociedade civil, assim como limitando o pleno crescimento da atividade, comenta Thiago. “Assim, o desenvolvimento de sistemas de produção menos impactantes ao meio ambiente, considerando condições de produção intensiva da região, tais como o plantio direto na palha, pode ser considerado como importante ferramenta de sustentabilidade visando à manutenção da competitividade dos produtores e ao crescimento desta importante cadeia de produção para a região.”

Pesquisa desenvolvida na região analisou a relação entre a densidade de plantas (cultura da cebola) no sistema de plantio direto na palha e o retorno financeiro, cujo resultado mostrou que a maior produtividade (1,25 milhão de plantas por hectare) resultou em ganho de R$ 3.900,00. Porém o melhor retorno financeiro, considerando-se principalmente o custo da semente, foi obtido na densidade de um milhão de plantas por hectare (R$ 4.038,00). “Esses resultados mostram que uma avaliação do custo é tão importante quanto o aumento da produtividade”, diz Thiago que é o coordenador do projeto.

Esta nova tecnologia no âmbito das hortaliças começa a ser disseminada na região e, atualmente, dois produtores de cebola e de beterraba já utilizam o sistema de plantio direto na palha. A rigor, explica o pesquisador, os produtores utilizam o preparo de solo convencional e a implantação da cultura por meio da semeadura direta em canteiros ou plantio de mudas diretamente no solo. Já o plantio direto constitui-se da formação e dessecação da palhada ou utilização de restos culturais da cultura antecessora e do conseqüente plantio, sem o revolvimento do solo.

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