Plataformas colaborativas podem agregar valor ao agronegócio

Plataformas foram apresentadas no 31º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que está ocorrendo em Bento Gonçalves até esta quinta-feira (29/10)

28.09.2016 | 20:59 (UTC -3)
Helena Boucinha

No 31º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que está ocorrendo em Bento Gonçalves até esta quinta-feira (29/10), o diretor de Acesso ao Mercado da divisão agrícola da Bayer do Brasil, Ivan Moreno, relatou a plataforma colaborativa criada pela empresa para conectar pessoas e serviços do agronegócio. Moreno destacou a importância do trabalho em rede e como esse fato pode agregar valor ao produto agrícola brasileiro.

“Hoje, o Brasil e a África são os lugares mais promissores para fazer produção agrícola. Comparando os dois continentes, o Brasil virou a bola de vez e vai continuar assim por algum tempo, no que tange ao aumento da produção agrícola”, disse ele.

Moreno afirmou, entretanto, que esse cenário vai obrigar todos a buscarem um tipo de diferenciação e citou os estudos do professor da Universidade de Toronto, Don Tapscott, uma das maiores autoridades mundiais em inovação, mídia e o impacto econômico e social da tecnologia. “Conectados, podemos ir além da colaboração de uma equipe, de um grupo, de uma empresa. Podemos criar uma consciência coletiva para alcançar algo incrível”, disse o diretor da Bayer.

Baseando-se nos estudos de Tapscott, Moreno afirmou que “o advento da tecnologia e da internet vai provocar na economia mundial o que ele está chamando de segunda revolução industrial, ou grande movimento de economia depois da revolução industrial. Os saltos de produtividade, saltos de renda, os saltos de transações comerciais que a gente tem depois do advento da internet, são infinitamente maiores ao que teve percentualmente comparado à revolução industrial”.

De acordo com Moreno, a economia colaborativa tem basicamente quatro princípios que podem ser aplicados ao cenário de negócios. Os dois primeiros são a transparência e o empoderamento. “O poder que antes tinha do grande contra o pequenininho acabou porque, hoje em dia, qualquer pessoa com um celular e uma história, consegue fazer um negócio viralizar e acabar com a reputação de uma empresa. Ou seja, transparência é regra de jogo a partir de agora, não dá mais para uma empresa, um produtor, um distribuidor não ser transparente no que está comunicando para o mercado por conta do empoderamento das pessoas”.

Os outros dois princípios, explicou Moreno, são os de abertura e colaboração. “Nenhuma empresa pode mais ter a empáfia ou a arrogância ou a expectativa de que toda a solução que ela precisa entregar para o cliente dela ela vai ser capaz de desenvolver. As empresas precisam estar abertas à colaboração externa para melhorar o seu negócio”, apontou ele.

Esses quatro princípios, de acordo com o representante da Bayer, podem mudar a regra do jogo de negócios estabelecidos. “Nas plataformas colaborativas não se fala apenas em cadeia, mas em redes, conexões e intermináveis possibilidades de relações e negócios, propiciando um ambiente colaborativo propício para que os agricultores passem a ter negócios mais sólidos e menos vulneráveis”, concluiu Moreno.


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