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Perto de completar 60 anos no sábado (27), o engenheiro de materiais da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Luiz Henrique Capparelli Mattoso, foi surpreendido com uma notícia que chegou como um presente antecipado. Responsável por introduzir a nanotecnologia no agro, Mattoso integra a lista da Clarivate Analytics, que reconhece pesquisadores de classe mundial selecionados por seu desempenho excepcional em pesquisa.
Suas publicações foram citadas por outros pesquisadores mais de 14 mil vezes em trabalhos científicos ao redor do planeta. A lista é organizada pela Web of Sicience (WoS), uma das maiores bases de dados globais de citações, pertencente à Clarivate Analytics, e determinada por especialistas em bibliometria do Instituto para Informação Científica, nos Estados Unidos.
“Parabéns, professor Luiz Henrique Capparelli, você é um Higly Cited Research – 2021. Você está neste grupo de elite reconhecido por sua excepcional influência na pesquisa, demonstrada pela produção de vários trabalhos citados que estão classificados entre 1% das citações da área e ano na Web de Science. Celebre o seu êxito”, diz o comunicado enviado ao pesquisador no dia 16 de novembro pela Clarivate.
De acordo com os dados da Web of Scicence, as publicações de Mattoso foram referenciadas 14.330 vezes por outros pesquisadores, dentro e fora do Brasil, entre janeiro de 2010 e dezembro de 2020, período considerado para o ranking. Mas dados da plataforma Google Scholar aponta um número maior ainda - 24 mil citações.
A Clarivate Analytics, com base na Filadélfia (EUA), esclarece que, a cada ano, identificam os pesquisadores mais influentes do mundo ─ os poucos selecionados que foram citados com mais frequência por seus pares durante a última década. Segundo ela, em 2021, menos de 6.700, ou cerca de 0,1%, dos pesquisadores do mundo, em 21 campos de pesquisa e em múltiplos campos, ganharam esta exclusividade. Mattoso é destaque na área de Ciências Agrárias.
De poucas falas, mas de ideais inovadoras, como a introdução de novos materiais para o desenvolvimento, por exemplo, de nanocristais de celulose, filmes comestíveis à base de frutas e vegetais, e sensores como a Língua Eletrônica, Mattoso recebeu o comunicado da Clarivate, sem alarde.
Humildemente ele diz que o mais importante é o reconhecimento da qualidade, da importância dos trabalhos em equipe desenvolvidos na Embrapa Instrumentação em temas que estão na fronteira do conhecimento, como a nanotecnologia. O pesquisador evidencia o espírito de trabalho em equipe citando um provérbio africano - "Se você quiser ir rápido, vá sozinho, mas se quiseres ir longe, vá acompanhado".
O chefe-geral da Embrapa Instrumentação, João de Mendonça Naime, lembra que Mattoso é pioneiro, em âmbito mundial, no desenvolvimento de nanociência e nanotecnologia aplicada à agropecuária.
“Ele foi capaz de formar uma equipe altamente especializada e captar recursos para viabilizar a infraestrutura e a aquisição de equipamentos, que vieram a constituir o Laboratório Nacional de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (LNNA), o primeiro do mundo aplicado ao agro. Hoje o Brasil ocupa posição de destaque no tema, já com diversos produtos nos mercados nacional e internacional”, diz Naime.
Ganhador de várias premiações, entre elas, o Prêmio governador do Estado, Invento Brasileiro do Sedai e o Prêmio Scopus-Elsevier-Capes, Luiz Henrique Capparelli Mattoso contabiliza 12 patentes, 35 capítulos e 395 publicações em revistas especializadas indexadas e fator H 60 (Web of Science) e H 79 (Google Scholar).
O estudo sobre nanocristais de celulose a partir de fibras de casca de coco e os efeitos das condições de preparação sobre seu comportamento térmico e morfológico, publicado pelo jornal Carbohydrate Polymers, da editora Elsevier, é o líder de citações por outros pesquisadores dentro e fora do Brasil, sendo referenciado mais de 920 vezes. O estudo envolve pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Os resultados da pesquisa mostraram que é possível obter nanocristais de celulose ultrafinos com diâmetros tão baixos quanto cinco nanômetros e razão de aspecto de até 60, que é a relação matemática mantida entre as duas dimensões — largura e altura — de uma imagem.
Os nanocristais são semelhantes a grãos de arroz ou agulhas, mas com espessura cerca de 200 mil vezes menores, um material muito resistente, que apresenta rigidez da ordem de grandeza do aço. Além disso, permite a sua adição em outros materiais, mudando suas propriedades mecânicas.
As pesquisas para obtenção desses produtos, chamados de greens materials (materiais verdes), são realizadas desde 2007 na Embrapa Instrumentação, onde Mattoso introduziu estudos envolvendo a área de novos materiais. As pesquisas demonstram que esses materiais podem ser extraídos a partir de fibras lignocelulósicas de bagaço de cana, cascas de coco e de arroz, algodão, eucalipto, entre outras, e até de resíduos como madeira de reflorestamento descartada pela indústria.
A base estabelecida pelos cientistas na obtenção dos nanocristais no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), sediado na Embrapa na Instrumentação, gerou a criação de uma startup em São Carlos, que testa a produção do produto em projeto-piloto, mas de olho na escala industrial.
O relatório, divulgado no dia 16 de novembro, traz um total de 6.602 pesquisadores mais citados em trabalhos científicos de mais de 70 países e regiões.
O Brasil participa com 21 pesquisadores, cinco a mais que em 2020, dos quais 20 são de universidades e institutos federais, como a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (Unicamp), entre outros. A Clarivate realiza o ranking dos mais influentes em suas áreas de atuação desde 2014.
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