Marcelo Okamura assume o InpEV
Agrônomo era diretor de pesquisa e desenvolvimento para América Latina da FMC
Inicialmente detectada no estado de Mato Grosso, em 2015, a Amaranthus palmeri, ou Caruru-gigante, é uma planta daninha quarentenária, de grande risco sanitário para o Brasil. O segundo estado a detectar sua presença foi Mato Grosso do Sul, em lavoura de Naviraí, no final de 2022.
Para dar conhecimento sobre essa planta daninha exótica e buscar soluções, foi realizado seminário para discussões entre diversos segmentos da cadeia agropecuária, especialmente a agrícola, em um evento on-line. Dando início à live, em 2 de março, o pesquisador Fernando Mendes Lamas, da Embrapa Agropecuária Oeste, moderador do evento, alertou: “A Amaranthus palmeri é uma planta daninha de difícil controle, de crescimento muito rápido, que pode competir significativamente com as culturas econômicas, principalmente milho, algodão e soja”. Participaram pesquisadores e técnicos ligados à agropecuária de 20 estados brasileiros e do Distrito Federal.
Harley Nonato de Oliveira, chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, enfatiza que a planta infestante “causa grandes preocupações, não só pela agressividade que incide, mas também pela capacidade desta planta selecionar resistência. Por isso é de grande importância termos todas essas instituições [no seminário on-line] para debater sobre este assunto, conter o avanço dessa planta daninha em Mato Grosso do Sul e discutir as ações que precisam ser colocadas em prática. A melhor forma de combater o inimigo é conhecê-lo bem e através de discussão, de compartilhamento de conhecimentos, encontrar as melhores maneiras de conter essa planta. E essas ações que vamos abordar [no seminário] servem não só para Mato Grosso do Sul como para todo o Brasil“, disse Nonato.
Existem várias espécies de caruru. No seminário, tratou-se da espécie Amaranthus palmeri, conhecida como caruru gigante. Essa espécie apresenta elevada capacidade de competir com a soja, milho e algodão. O que se sabe é que, possivelmente, a chegada do Amaranthus palmeri a Naviraí aconteceu por meio do trânsito de máquinas agrícolas, principalmente, colheitadeiras, assim como se acredita que aconteceu no primeiro relato da planta exótica no Brasil, em Mato Grosso, no ano de 2015.
Mas também podem ser disseminadas, por quedas naturais, canais de irrigação, compostos para adubação e esterco animal, e por pássaros e mamíferos.
É uma planta daninha prolífica, ou seja, que produz sementes em grande quantidade, podendo chegar a 250.000 de sementes por planta. As sementes são pequenas, lisas e arredondadas e sua cor pode variar do marrom-avermelhadas ao preto. Pode crescer entre 2,5 cm a 4 cm por dia, com isso as aplicações de herbicidas pós-emergentes tornam-se complicadas. O formato da folha é rasteiro e de espinho que podem apresentar lâminas foliares variando entre o formato de ovada a rômbico-ovada, pode crescer até três metros de altura, apresenta folhas largas e flores verdes em forma de espiga.
Controle químico e cultural são melhores estratégias para combater Amaranthus palmeri
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