Pesquisadores avaliam novo protótipo de silo para secagem e armazenamento de milho em espigas para produtores rurais em Uganda

A atividade faz parte de um projeto conjunto, financiado pela plataforma MKT Place

07.04.2017 | 20:59 (UTC -3)
Aline Bastos

Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) realizaram visita técnica ao National Agricultural Research Organization (NARO) e a agricultores de Uganda, África, no mês de março. A atividade faz parte de um projeto conjunto, financiado pela plataforma MKT Place, com o objetivo de desenvolver um novo sistema de secagem e armazenamento de espigas de milho produzidas por produtores rurais de Uganda.

Os ugandenses colhem apenas uma safra de milho por ano, e por isso precisam armazenar os grãos colhidos em condições apropriadas até a próxima colheita. A condição econômica precária os impede de adquirir os silos comerciais de aço inox comumente utilizados, daí a necessidade de uma solução mais simples e econômica, para atender os pequenos produtores do país. “Os agricultores de Uganda ainda utilizam estruturas bastante precárias de madeira para armazenamento de milho, o que contribui para a proliferação de fungos que geram micotoxinas e para ataques de cupim, outros insetos e roedores. O silo com fluxo de ar melhorado, que estamos trabalhando de forma conjunta com pesquisadores de Uganda, deve contribuir para aumentar a vida útil e a qualidade das espigas de milhos recém-colhidos contribuindo para a segurança alimentar e possível aumento de renda destes produtores”, afirma Murillo Freire, pesquisador da Embrapa.

Para a concepção do novo silo para secagem e armazenamento de espigas de milho foram reunidos esforços de uma equipe técnica composta de 18 profissionais de pesquisa e desenvolvimento de Uganda (NARO) e do Brasil (Embrapa). O equipamento, em fase de desenvolvimento, aumenta o fluxo de ar nos silos, acelerando a secagem de espigas de milho ao agregar chapas de zinco dispostas de maneira que possa promover o efeito “Venturi” com aumento da transferência de calor, utilizando como controle um modelo preconizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), sem esta adaptação. “Estamos trabalhando na avaliação de protótipos de silos com diferentes dimensões (1m, 2m, 2,5m e 3m), com o objetivo de reduzir a umidade do milho de 28% após a colheita para 14% no armazenamento. A ideia é avaliar os parâmetros de secagem das espigas pelo sistema Venturi, visando um milho de melhor qualidade. Ao final, vamos recomendar aos produtores rurais o silo de maior eficiência”, relata Murillo Freire, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos e co-líder do projeto. Acompanhado de seu colega, Félix Cornejo, pesquisador da Embrapa, ele visitou uma comunidade de agricultores familiares em Kapchorwka, a 5 horas de Kampala, capital de Uganda, onde será instalada a Unidade Demonstrativa do novo silo de armazenamento de milho até 2018. A indicação do local, que fica a quatro mil metros de altitude, partiu da equipe de pesquisa e desenvolvimento do National Agricultural Research Organization (NARO), de Uganda, liderada pelo pesquisador, Cedric Mutyaba (veja foto), a partir da demanda local.


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