Lavouras de café terão impactos das mudanças climáticas compensados
Estudo aponta que elevação de CO2 pode diminuir impacto das mudanças climáticas sobre lavouras de café Arábica no Brasil
Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) realizaram visita técnica ao National Agricultural Research Organization (NARO) e a agricultores de Uganda, África, no mês de março. A atividade faz parte de um projeto conjunto, financiado pela plataforma MKT Place, com o objetivo de desenvolver um novo sistema de secagem e armazenamento de espigas de milho produzidas por produtores rurais de Uganda.
Os ugandenses colhem apenas uma safra de milho por ano, e por isso precisam armazenar os grãos colhidos em condições apropriadas até a próxima colheita. A condição econômica precária os impede de adquirir os silos comerciais de aço inox comumente utilizados, daí a necessidade de uma solução mais simples e econômica, para atender os pequenos produtores do país. “Os agricultores de Uganda ainda utilizam estruturas bastante precárias de madeira para armazenamento de milho, o que contribui para a proliferação de fungos que geram micotoxinas e para ataques de cupim, outros insetos e roedores. O silo com fluxo de ar melhorado, que estamos trabalhando de forma conjunta com pesquisadores de Uganda, deve contribuir para aumentar a vida útil e a qualidade das espigas de milhos recém-colhidos contribuindo para a segurança alimentar e possível aumento de renda destes produtores”, afirma Murillo Freire, pesquisador da Embrapa.
Para a concepção do novo silo para secagem e armazenamento de espigas de milho foram reunidos esforços de uma equipe técnica composta de 18 profissionais de pesquisa e desenvolvimento de Uganda (NARO) e do Brasil (Embrapa). O equipamento, em fase de desenvolvimento, aumenta o fluxo de ar nos silos, acelerando a secagem de espigas de milho ao agregar chapas de zinco dispostas de maneira que possa promover o efeito “Venturi” com aumento da transferência de calor, utilizando como controle um modelo preconizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), sem esta adaptação. “Estamos trabalhando na avaliação de protótipos de silos com diferentes dimensões (1m, 2m, 2,5m e 3m), com o objetivo de reduzir a umidade do milho de 28% após a colheita para 14% no armazenamento. A ideia é avaliar os parâmetros de secagem das espigas pelo sistema Venturi, visando um milho de melhor qualidade. Ao final, vamos recomendar aos produtores rurais o silo de maior eficiência”, relata Murillo Freire, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos e co-líder do projeto. Acompanhado de seu colega, Félix Cornejo, pesquisador da Embrapa, ele visitou uma comunidade de agricultores familiares em Kapchorwka, a 5 horas de Kampala, capital de Uganda, onde será instalada a Unidade Demonstrativa do novo silo de armazenamento de milho até 2018. A indicação do local, que fica a quatro mil metros de altitude, partiu da equipe de pesquisa e desenvolvimento do National Agricultural Research Organization (NARO), de Uganda, liderada pelo pesquisador, Cedric Mutyaba (veja foto), a partir da demanda local.
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