Pesquisador analisa desafios e aponta estratégias para a agricultura do Rio Grande do Sul após enchentes

O Rio Grande do Sul enfrenta uma situação crítica devido às recentes enchentes que devastaram várias cidades do estado, deixando milhares de desabrigados e, infelizmente, resultando em mais de uma centena de vítimas fatais. Além dos impactos devastadores nas áreas urbanas, o setor agrícola também está sofrendo severamente. Tiago Hörbe, pesquisador da RTC/CCGL, destaca que os agricultores enfrentam desafios significativos, especialmente relacionados à conservação do solo e à manutenção das culturas, em meio a esse cenário de calamidade.

O excesso de chuva resulta em uma saturação do solo, e vem dificultando a entrada nos talhões para manejo e implantação das próximas culturas. “Este é um período crítico para a agricultura, pois estamos em transição do verão para o outono, momento de colheita da soja e implantação de culturas de inverno. É um período que o solo está descoberto, com pouco aporte de palha deixada pela cultura da soja, o que aumenta os problemas de erosão”, explica.

Segundo Hörbe, é essencial adotar práticas conservacionistas para mitigar os danos. Isso inclui o manejo adequado da água e do solo, além de ter paciência e esperar por condições climáticas mais favoráveis para o plantio das culturas de inverno. “É crucial implantar as culturas apenas quando o solo estiver em condições ideais, evitando problemas de plantabilidade e garantindo um bom desenvolvimento das plantas”, pontua.

Para os produtores que enfrentaram atrasos na colheita da soja devido às chuvas, análises pontuais são necessárias para quantificar penalizações na produtividade, em um cenário em que algumas áreas sofreram perdas totais, com abertura de legumes e própria germinação dos grãos, devido à combinação de altas temperaturas e umidade excessiva. Nestes casos, análises locais são necessárias para determinar se a colheita é viável, considerando as perdas sofridas.

Em suma, o momento exige dos agricultores gaúchos um olhar atento e estratégico sobre os desafios impostos pelo excesso de chuva. É necessário olhar para o futuro, e buscar traçar estratégias para minimizar os prejuízos e garantir a sustentabilidade do setor agrícola mesmo diante de eventos climáticos extremos.