Pesquisa avalia impacto de sistemas de sucessão e rotação de culturas em perdas de solo e água

Estudo indica que as perdas de água e de solo foram mais acentuadas no sistema com sucessão soja-trigo, comparado aos sistemas com rotação

09.07.2024 | 15:19 (UTC -3)
Elaine Pinto, edição Revista Cultivar

Um experimento que avaliou perdas de água e solo, em diferentes tipos de sistemas de cultivo, é o tema do boletim Impacto de sistemas de sucessão e rotação de culturas nas perdas de solo e água. O estudo, realizado no Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Sementes do Rio Grande do Sul (Cesem), em Júlio de Castilhos (RS), avaliou a influência de níveis crescentes de diversidade de espécies vegetais e da escarificação do solo no controle do escoamento superficial, durante um ano.

As perdas de água e de solo foram mais acentuadas no sistema com sucessão soja-trigo, comparado aos sistemas com rotação. “Esta é uma indicação clara de que a prática da rotação de culturas precisa ser considerada para controlar o escoamento”, destaca a pesquisadora Madalena Boeni, uma das autoras do boletim técnico.

O experimento também demonstrou que o sistema de rotação com maior diversificação de culturas foi o mais eficiente em reduzir as perdas de solo e água por escoamento, durante o período monitorado. Para Madalena, os resultados evidenciam que o sistema de plantio direto é efetivo quando adotado de forma integral, com a diversificação de culturas e cobertura da superfície do solo.

“É altamente relevante a inclusão de plantas de cobertura de solo nos sistemas de produção, de forma a manter o solo permanentemente coberto, com contínuo aporte de resíduos orgânicos. Estas plantas podem ser utilizadas pelos produtores, seja no cultivo isolado ou em consórcio, no planejamento da rotação de culturas das suas lavouras”, complementa.

Conforme a pesquisadora, a utilização deficiente do plantio direto, praticada em grande parte dos solos agricultáveis, vem aumentando as áreas degradadas e potencializando as perdas de solo e água da lavoura, pela dinâmica do escoamento e da erosão. “O resultado é o assoreamento dos mananciais hídricos, reduzindo não só a qualidade, como também a disponibilidade de água em sistemas agrícolas”, conclui.

Editado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (DDPA/Seapi), a publicação está disponível no link abaixo. 

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