Cuidados com o manejo de mancha-branca em milho
Confundida muitas vezes com lesões provocadas pela fitotoxidade de herbicidas, a mancha-branca é uma doença cuja severidade tem aumentado nas lavouras de milho
Uma parceria entre a Syngenta e o Núcleo de Estudos em Fermentação (Nefer) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) abriu portas para um novo perfil de café especial no Brasil. Por meio da uma técnica inovadora de fermentação controlada, foram identificadas leveduras naturais do fruto capazes de intensificar seu aroma, gosto e qualidade. A descoberta é resultado de um processo de 24 anos de estudo, que agora parte para a fase de comercialização e abertura de mercados para exportação. A operação está sendo viabilizada pela Nucoffee, plataforma de negócios da Syngenta para a cadeia do café.
Segundo a professora Rosane Schwan, que está à frente da pesquisa, o diferencial da técnica empregada está na seleção controlada do procedimento, realizada em um sistema fechado de microrganismos próprios do grão, que produzem compostos naturais que garantem o salto aromático e qualitativo, resultando em cafés acima de 85 pontos na Avaliação Sensorial da SCA (Specialty Coffee Association).
A pesquisadora explica que foram desenvolvidas leveduras específicas para cada tipo de café, com metodologias orientadas de acordo com a altitude e características geográficas das fazendas. "Até o momento, selecionamos três leveduras com a capacidade de intensificar os sabores do café, que ganham toques mais frutados, de nozes e até mesmo chocolate", ressalta Rosane. "A pesquisa nesta área é dinâmica, estamos testando outros 2.000 microrganismos, com grande potencial de novas descobertas. Além disso, por meio da parceria com a Nucoffee temos a oportunidade de fazer a validação do composto em grande escala, envolvendo cafeicultores de diferentes regiões brasileiras", completa.
Outra vantagem apontada pela professora é que o processo é monitorado ininterruptamente e, com a ajuda de um aplicativo integrado, é possível saber o ponto ideal da fermentação. Além disso, por ser controlado em todas as etapas de beneficiamento, minimiza os efeitos sazonais, garantindo safras de qualidade similar o ano todo. "Também é importante frisar que as leveduras inoculadas são isoladas naturalmente do café, por isso o procedimento não traz nenhum impacto ambiental, diferentemente de algumas técnicas de fermentação que utilizam organismos de outros alimentos, que podem gerar desequilíbrios no meio ambiente", explica.
A partir dos resultados obtidos pela pesquisa, a Nucoffee, parceira e patrocinadora do projeto, iniciou o programa Artesões do Café, cujo objetivo é criar blends que destaquem o perfil aromático e as características de cada região do país e, assim, impulsionar o comércio internacional do café especial brasileiro. Para tanto, a empresa doou kits de 20 doses de leveduras para 400 cafeicultores de diferentes localidades, como Sul de Minas Gerais, Matas de Minas, Cerrado Mineiro, Serra da Canastra e Espírito Santo. Cada dose é suficiente para tratar 60 kg de café, gerando lotes de 10 sacas por propriedade.
De acordo com Juan Gimenes, Gerente de Marketing e Novos Projetos da Nucoffee, os primeiros lotes colhidos foram vendidos no mercado internacional a preços sete vezes superiores aos cafés comuns de exportação. "Estamos abrindo oportunidades de exportação com este novo perfil de café especiais, apostando em regiões que têm se tornado grandes consumidoras da bebida, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Austrália, além dos Estados Unidos e da Europa em geral", destaca.
Segundo o executivo, o processo envolve e beneficia toda a cadeia do grão, desde o cafeicultor, passando pelo torrefador e atingindo o consumidor final. O objetivo é aumentar a produção interna e estimular a demanda internacional de forma concomitante, intensificando a presença do café especial brasileiro no mundo. "Estamos apostando na larga escala de blends beneficiados, o que nos permite apresentar um produto competitivo e de alta qualidade para torrefadores de países exigentes. O projeto está dentro do compromisso da Nucoffee de analisar a cadeia e trazer oportunidades que gerem valor e diferenciação aos nossos clientes", completa.
Devido aos seus aspectos ambientais e inovadores, a pesquisa se conecta ao compromisso da Syngenta de investir US$ 2 bilhões em agricultura sustentável, oferecendo ao menos duas tecnologias disruptivas por ano até 2025, com o objetivo de auxiliar os produtores a enfrentar os desafios advindos das mudanças climáticas.
Em 30 de junho, a companhia renovou seu Plano de Agricultura Sustentável, o Good Growth Plan, que se apoia em quatro áreas: acelerar a inovação para os agricultores e a natureza; trabalhar para que a agricultura seja neutra em carbono; promover a segurança e a saúde das pessoas; e realizar parcerias de impacto.
No Brasil, a Syngenta tem uma parceria com a The Nature Conservancy, anunciada em outubro de 2019, que inclui o projeto Reverte no Brasil, cujo objetivo é regenerar 1 milhão de hectares de áreas agrícolas degradadas nos próximos 5 anos.
Entre os novos compromissos está o de reduzir a intensidade de carbono de suas operações em 50% até 2030, para contribuir com a meta do Acordo de Paris sobre mudança climática. O compromisso da Syngenta foi validado e aprovado pela Science Based Targets initiative (SBTi).
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