Oscilações de temperatura prejudicam o cultivo de trigo no Paraná

Após as geadas registradas na última semana, os dias subsequentes foram marcados por temperaturas acima da média que afetaram o desenvolvimento do cereal

20.08.2024 | 15:15 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do Deral

Após as geadas registradas no início da última semana, os dias subsequentes foram marcados por tempo estável e temperaturas acima da média para a época do ano no Paraná. Com as altas temperaturas, o desenvolvimento do trigo foi afetado, assim como a produtividade. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), no relatório de Condições de Tempo e Cultivo no período de 13 a 19 de agosto, as geadas também seguem preocupando os produtores paranaenses, especialmente no Sul e Sudoeste do Estado. 

Área cultivada e condições das lavouras de trigo
Área cultivada e condições das lavouras de trigo

Nesses locais, algumas lavouras já mostraram perdas significativas, com espigas esbranquiçadas. Mas as lavouras serão melhor avaliadas pelos técnicos nesta semana, quando os efeitos estarão mais visíveis. Já no Norte do Estado, a baixa umidade do solo está acelerando a maturação de grande parte das lavouras de trigo, além de prejudicar a formação dos grãos. As parcelas já colhidas revelam quebras na produção. 

Para as áreas que estavam em fase inicial de desenvolvimento, as plantas deverão apresentar uma intensificação no perfilhamento, positiva para a cultura. 

Cereais de inverno: entre os demais cereais de inverno, as aveias (preta e branca) e a canola foram os mais afetados onde o frio foi intenso, pois a maior parte das lavouras já estava em plena floração e frutificação. 

O centeio e o triticale também foram atingidos, mas em menor quantidade. A cevada praticamente não sofreu danos com a geada, pois seu período de desenvolvimento vegetativo é mais longo que o dos demais cereais de inverno. 

Olerícolas: as perdas também foram contabilizadas nos cultivos de olerícolas. As hortaliças cultivadas fora de ambiente protegido foram as mais prejudicadas, especialmente as folhosas, mas, mesmo em estufas, o frio e a geada foram intensos em parte do Sul e Sudoeste. Além disso, foram relatadas perdas na cultura de tomate. 

Na produção de cebola, os produtores continuam trabalhando nos canteiros, colhendo mudas para realizar os transplantes para a lavoura definitiva. As lavouras já implantadas estão apresentando boas condições, os produtores já estão realizando adubações de cobertura, e o processo de irrigação continua. 

A colheita da batata de 2ª safra está em andamento, com produtividade dentro do esperado. Na colheita de mandioca, há algumas dificuldades de arranquio devido à seca, mas as práticas agrícolas continuam com um bom ritmo. Para as áreas que estão sendo plantadas, observa-se a necessidade de chuvas para um melhor desenvolvimento. 

Frutas: para a maçã, o frio deve beneficiar a cultura, pois a planta se encontra em dormência e há necessidade de horas de frio para a quebra dessa dormência. No entanto, há uma pequena área da variedade Eva, cuja característica é mais precoce,  que já começava a apresentar início de brotação. 

A colheita do morango na região mais quente, que normalmente começa em junho, só teve início agora em agosto devido ao clima atípico deste ano. 

Café: para o café restam apenas as variedades mais tardias a serem colhidas, bastante à frente do ritmo do ano anterior, e a produtividade está prejudicada pela presença de grãos menores e mais leves. Atualmente a colheita está ocorrendo de forma mais lenta, devido ao processo manual. A qualidade também está inferior à do ano passado. 

Soja: as áreas destinadas ao plantio de verão estão em fase de preparo. Em relação à soja, alguns produtores já realizaram a primeira dessecação pré-plantio, enquanto os demais aguardam melhores condições para aplicação nos próximos dias. 

Milho: restam apenas algumas áreas de milho 2ª safra a serem colhidas. Considerando a intensidade da estiagem, alguns rendimentos têm surpreendido positivamente, apesar das perdas consolidadas. 

As geadas tardias também causaram preocupação entre os produtores que planejavam iniciar o cultivo nesta semana. Muitos deles alteraram seus planos para começar o plantio apenas na segunda semana de setembro.

Pastagens: o longo período de baixa umidade no solo e altas temperaturas comprometeram o desenvolvimento das pastagens no Noroeste e em parte do Norte.

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