Movimento Colmeia Viva contabiliza ganho na relação entre agricultura e apicultura

Movimento conclui ao final deste ano primeira etapa de Plano Nacional de Ações e Boas Práticas, para proteger cultivos e polinizadores

20.05.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Seis anos após criado pela indústria de defensivos agrícolas, o Movimento Colmeia Viva prepara para apresentar ao fim de 2020 um documento focado nos resultados transferidos pela iniciativa à agricultura e à apicultura. Hoje, 20, quando se comemora no Brasil o dia da Abelha, o Colmeia Viva anuncia que disponibilizará uma nova ferramenta de educação à distância (EAD). Trata-se de uma série de vídeos com ênfase nas ações de complementaridade entre agricultura, apicultura e defensivos agrícolas.

Conforme os porta-vozes do movimento, o programa EAD Colmeia Viva integrará o rol de ferramentas de suporte e treinamento já disponibilizadas a agricultores e apicultores, como Colmeia Viva APP, Manual de Boas Práticas e Assistência Técnica. “Seguimos à frente de esforços para entrelaçar agricultores e apicultores. Essa relação é a chave para proteger cultivos e abelhas”, ressalta Daniel Espanholeto, médico veterinário, especialista em uso correto e seguro de defensivos agrícolas.

“Do início das atividades do Colmeia Viva até hoje, houve avanços significativos na sensibilização de agricultores e apicultores, em torno da importância do uso adequado de defensivos agrícolas. Há agora, também, mais conhecimento adquirido para preservar abelhas, frente à aplicação desses produtos, na comparação ao início desta década. Percebemos que a cada ano temos mais a comemorar no dia da Abelha”, enfatiza Rhaissa Michievicy, engenheira agrônoma, analista de uso correto e seguro.

Entre os principais resultados colhidos pelo Colmeia Viva até o momento, os porta-vozes do movimento avaliam que houve redução nos relatos envolvendo mortes de abelhas aos canais de atendimento abertos a agricultores e apicultores. “Cresceram ainda ações integradas com associações de apicultores, cooperativas apícolas, usinas, secretarias estaduais de saúde, empresas e entidades ligadas ao agronegócio, como a Andav (distribuidores de insumos)”, adianta Espanholeto.

Ao final deste ano, complementam os porta-vozes do Colmeia Viva, o movimento pretende anunciar seu plano de metas para um novo ciclo de ações que ocorrerá a partir de 2021. “A indústria assume seu papel na construção de uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura. Os avanços já produzidos pelo movimento estão ancorados em investimentos na difusão de informações sobre boas práticas, sobretudo o uso correto e seguro de defensivos agrícolas, o manejo adequado de colmeias e a formalização do pasto apícola. Esse entrelaçamento protege abelhas e mitiga incidentes na fronteira agrícola”, salienta Daniel Espanholeto.

Rhaissa Michievicy lembra que depois de realizar o Mapeamento de Abelhas Participativo (MAP), entre 2014 e 2018, no Estado de São Paulo, e identificar precisamente as principais causas associadas à mortalidade de abelhas, o movimento passou a atuar com força nos pontos estratégicos da fronteira agrícola nacional. Figuram como alvos do Colmeia Viva áreas da Bahia, de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“O MAP apontou o distanciamento entre agricultores e apicultores como principal fator de riscos de incidentes envolvendo abelhas ante aplicações de defensivos agrícolas, e deu origem a toda a estrutura hoje transferida pela indústria a agricultores e apicultores por meio do Colmeia Viva”, diz Rhaissa.

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