Momento do setor orizícola será debatido na abertura da colheita

Programação contará com reunião pública aberta a todos os arrozeiros para debater problemas da cadeia produtiva

29.01.2018 | 21:59 (UTC -3)
Nestor Tipa Júnior

A situação do setor arrozeiro gaúcho, seus gargalos e as ações de mobilização que estão sendo realizadas serão tratadas durante a 28ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, organizada pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), que ocorre de 21 a 23 de fevereiro de 2018 na Estação Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha (RS). Na manhã desta segunda-feira, 29 de janeiro, ocorreu a coletiva de imprensa apresentando o evento aos jornalistas.

O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, lembrou que a entidade vem trabalhando fortemente em medidas que foram elaboradas para conter os problemas que os arrozeiros têm enfrentado nos últimos meses, especialmente por causa da entrada do produto importado do Mercosul, principalmente do Paraguai, entre outros temas. "A lavoura de arroz não terminará, pois o gaúcho tem sua vocação, mas o produtor não pode ficar sem a sua remuneração", observou.

Para o ano, Dornelles afirmou que a produção será menor, pois houve redução de área e forte descapitalização do setor, agravada por uma comercialização com preços abaixo do custo de produção, que hoje segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), está entre R$ 43,00 e R$ 47,00 a saca. "Estamos em plena entressafra e os preços estão em torno de R$ 36,00 segundo o Cepea. Sim, estamos diante de uma crise muito forte do setor, mas precisaremos de um momento de superação na gestão da porteira para dentro, como esse produtor deve se portar diante deste cenário onde tivemos uma redução de preço antes de colher uma safra, em uma eminente safra que já não indica ser grande e os preços já estão caindo, tudo por um aspecto especulativo que está afetando a economia do Rio Grande do Sul", destacou.

Conforme o presidente da Federarroz, o mercado brasileiro é o que mais consome arroz fora do continente asiático, por isso é preciso considerar a grande relevância desta cadeia produtiva no país e no Estado. Reforçou que a economia no Rio Grande do Sul, especialmente na Metade Sul, é dependente da orizicultura. "Temos uma vocação do nosso povo para ser orizicultor. A orizicultura é extremamente representativa entre os trabalhadores registrados na agricultura, com cerca de 20%. É uma lavoura extremamente tecnificada que acaba desenvolvendo outros setores como os de insumos e maquinários. Estamos diante da maior lavoura do continente americano", ressaltou.

Dornelles explicou que este ano deverá ter uma redução de produção, ficando pouco acima de 8,2 milhões de toneladas enquanto no período passado foi de 8,7 milhões de toneladas, muito em função de uma lavoura plantada fora de época, onde ocorreram estiagens que prejudicaram estas lavouras. O dirigente salientou que no dia 23 de fevereiro, após a solenidade de Abertura da Colheita do Arroz, ocorrerá uma reunião pública aberta a todos os arrozeiros onde serão debatidas todas estas questões relacionadas ao momento atual da orizicultura.

Participaram também da coletiva o diretor técnico do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer, o primeiro vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Nestor Bonfanti, e o primeiro diretor Administrativo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong.

Mais informações sobre o evento podem ser obtidas em www.colheitadoarroz.com.br. O evento tem o patrocínio Premium do Irga, Master de Basf, Case, New Holland, John Deere e Massey Ferguson, Ouro de Banco do Brasil e Sicredi, e Prata de Banrisul, Bellenzier Pneus/Pirelli e Badesul. 

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro