Ação conjunta apresenta trabalho com PANC na Guiana Francesa

Entre as atividades desenvolvidas pela missão, o destaque ficou com o seminário “Para uma alimentação diversificada a partir de plantas selvagens e negligenciadas”, apresentado na Câmara da Indústria e

27.01.2018 | 21:59 (UTC -3)
Anelise Macedo ​

Apresentar o trabalho que vem sendo realizado no Brasil e trocar experiências acerca das hortaliças tradicionais, que vêm sendo mais frequentemente denominadas como Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), foram os principais objetivos da viagem à Guiana Francesa, realizada no período de 14 a 20 de janeiro de 2018, empreendida pelo pesquisador Nuno Madeira, da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), em missão conjunta com o professor e botânico Valdely Kinupp, do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e com o professor e gastrólogo Michel Abras (Senac-MG).

Entre as atividades desenvolvidas pela missão, o destaque ficou com o seminário “Para uma alimentação diversificada a partir de plantas selvagens e negligenciadas”, apresentado na Câmara da Indústria e do Comércio da Guiana (CICG). Diante de um público que reuniu cerca de 200 pessoas, e com palestras onde as PANC foram figuras centrais, Madeira deu o seu recado ao discorrer sobre o tema “Resgate e Promoção de Hortaliças Não Convencionais”, ancorado no trabalho realizado pela Embrapa Hortaliças e seus pares.  De acordo com o pesquisador, que coordena as atividades, o interesse demonstrado pelos participantes por esse trabalho superou as expectativas, assim como os desdobramentos que se seguiram ao fim do evento. E exemplifica:

“O seminário contou com a presença de representantes do governo, que nos convidaram a replicar a abordagem sobre as hortaliças não convencionais no auditório da Coletividade Territorial da Guiana, ocasião em que Kinupp, principal referência em PANC no Brasil, apresentou seu trabalho e o livro ‘Plantas Alimentícias Não Convencionais no Brasil” -autoria de Kinupp e Lorenzi -, registra o pesquisador.

A receptividade à apresentação do botânico, segundo ele, teve a sua mais perfeita tradução no anúncio feito, na ocasião, por representantes do governo da Guiana Francesa. “Eles não só se dispuseram a traduzir o livro para a língua francesa, como garantir a impressão de alguns milhares de exemplares”. Essa perspectiva, na opinião de Madeira, pode ser acrescida com o estabelecimento, em breve, de uma coleção de germoplasma para conservação genética dessas espécies de plantas encontradas na Guiana, a exemplo do que é feito pela Embrapa Hortaliças.

Vale ressaltar que como atividade paralela ao seminário foram realizadas duas oficinas gastronômicas capitaneadas pelo professor do Senac-MG Michel Abras. A primeira no Liceu Melkior e Garré, em Caiena, em que foi preparado um almoço que incluiu quatro pratos à base de PANC – entrada, salada, prato principal e sobremesa -, compartilhados por 35 pessoas, entre técnicos e funcionários do governo local. A segunda oficina teve lugar no Liceu Bertène Juminer, em Saint Laurent de Maroni (oeste do país), com três preparações – duas entradas e prato principal.

Hortipanc / opoetunidades  Foi no I Hortpanc (Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais), promovido pela Embrapa Hortaliças em 2017, que Philippe Jacolot, da Direção de Agricultura, Alimentação e Floresta (DAAF), órgão ligado ao Ministério da Agricultura da França, presente ao evento, inspirou-se para impulsionar a realização de um similar no seu país.

“A chama foi acesa, agora é só esperar os desdobramentos desse novo horizonte de intercâmbio de conhecimentos sobre o valor dessas plantas”, sublinha o pesquisador, ao comentar sobre a possibilidade de serem abertas novas frentes de trabalho com as PANC, a exemplo da experiência na Guiana Francesa.


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