Moagem de cana-de-açúcar totaliza 41,74 milhões de toneladas

Safra mantém tendência açucareira

24.06.2020 | 20:59 (UTC -3)
Annamaria Bonanomi

A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras da região Centro-Sul totalizou 41,74 milhões de toneladas na 1ª metade de junho, queda de 1,91% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2019/2020 – 42,55 milhões de toneladas. 

No acumulado desde o início do ciclo 2020/2021 até 16 de junho, a moagem atingiu 186,57 milhões de toneladas - crescimento de 8,77% no comparativo com o mesmo período do último ciclo agrícola.

“O clima mais seco nos dois primeiros meses de safra permitiu esse avanço de quase 10% na moagem de cana-de-açúcar neste ano. Na primeira quinzena de junho, entretanto, foi registrado baixo aproveitamento de moagem em algumas regiões, com destaque para as regiões produtoras em Assis, Piracicaba, Paraná e Mato Grosso do Sul”, esclarece Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA.

Em relação ao número de usinas em operação, 251 empresas registraram produção até dia 16 de junho, ante 253 unidades industriais em igual data do último ano. Na próxima quinzena, 8 empresas devem iniciar a operação.

“Entre as unidades em operação, temos 3 empresas que haviam interrompido a moagem em anos anteriores e retomaram as suas atividades nesta safra”, explica Rodrigues.

Produção de açúcar e de etanol

Na primeira metade do mês, 47,11% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 35,69% registrados na mesma data de 2019. 

Refletindo essa maior proporção de matéria-prima direcionada à fabricação de açúcar, a produção do adoçante aumentou 36,28% na primeira metade de junho deste ano e atingiu 2,55 milhões de toneladas, contra 1,87 milhão de toneladas verificadas em idêntica quinzena do ano anterior.  

O volume fabricado de etanol, por sua vez, alcançou 1,83 bilhão de litros na quinzena de junho, sendo 565,57 milhões de litros de etanol anidro e 1,27 bilhão de litros de etanol hidratado. Desse total, 66,53 milhões de litros foram fabricados a partir do milho.

No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de junho, a produção de açúcar alcançou 10,57 milhões de toneladas, contra 6,72 milhões de toneladas verificadas na mesma data do ciclo 2019/2020. 

A fabricação acumulada de etanol totalizou 8,04 bilhões de litros, sendo 2,23 bilhões de litros de etanol anidro e 5,81 bilhões de litros de etanol hidratado. Do total fabricado, 417,30 milhões de litros do biocombustível foram produzidos a partir do milho.

“A produção de açúcar apresenta crescimento em torno de 57% até o momento, fruto da maior moagem, da melhor qualidade da matéria-prima, da baixa demanda por etanol no mercado interno e dos preços mais remuneradores do adoçante”, explicou Rodrigues.

Qualidade da matéria-prima

A qualidade da matéria-prima processada na primeira quinzena de junho, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), aumentou 5,27% atingindo 136,04 kg por tonelada de cana-de-açúcar em 2020 contra 129,23 kg verificados na mesma quinzena do último ano. 

No acumulado desde o início da safra até 16 de junho, o indicador assinala 128,75 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, com aumento de 6,17% em relação ao valor da safra 2019/2020.

Vendas de açúcar e de etanol

As vendas de açúcar pelas usinas do Centro-Sul mantiveram o ritmo observado das últimas quinzenas e seguiram aquecidas na primeira metade de junho. A quantidade exportada pelas unidades do Centro-Sul somou 1,02 milhão de toneladas, com alta de 43,34% na quinzena.  No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de junho, o crescimento atinge 60,56%, com a exportação de 4,88 milhões de toneladas. 

As saídas do adoçante para o mercado doméstico, por sua vez, acumulam 1,83 milhão de toneladas vendidas neste ciclo agrícola, com crescimento de 5,52% sobre o índice registrado no mesmo período de 2019. 

O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras nos primeiros quinze dias de junho deste ano somou 1,18 bilhão de litros, com retração de 10,50% no comparativo com igual período de 2019 (1,31 bilhão de litros). Desse total, 121,99 milhões de litros foram destinados para o mercado externo e 1,05 bilhão de litros vendidos domesticamente.
 
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 735,79 milhões de litros na primeira metade de junho, com redução de 19,61% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (915,23 milhões de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, registrou queda de 10,74%, com 317,71 milhões de litros vendidos em 2020 contra 355,92 milhões de litros em 2019.

A manutenção da atratividade do etanol nos principais mercados consumidores reduziu a queda nas vendas na quinzena. O ritmo de retração, que chegou a 40,60% na última metade de maio, foi reduzido para 22,97% nos primeiros quinze dias de junho.

“A queda das vendas de etanol carburante observadas na safra 2020/21 foram parcialmente compensadas pela maior demanda por álcool não carburante e pelo maior volume destinado à exportação. Além disso, a crescente procura por açúcar brasileiro, tanto no mercado doméstico como externo, neutralizou parte do impacto negativo causado pela redução na demanda por etanol”, conclui o diretor da UNICA. 

Apesar da melhora, no acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de junho, as vendas de etanol pelas empresas do Centro-Sul acumularam retração de 24,83%, somando 5,15 bilhões de litros. Desse total, 349,88 milhões de litros foram destinados à exportação e 4,80 bilhões ao mercado interno.


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