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A sede do Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort), em Holambra (SP), tornou-se o ponto de convergência da cadeia produtiva de frutas, flores, legumes e verduras (FFLV) durante a realização do MipDay, evento idealizado pela Promip, empresa referência em inovação e biotecnologia aplicada à agricultura. A primeira edição, marcada pela casa cheia e pela representatividade de todos os elos do setor, evidenciou o momento de transição da horticultura brasileira rumo a práticas mais tecnológicas e sustentáveis.
O encontro teve como foco o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e as Boas Práticas Agrícolas, apresentando o uso combinado de agentes biológicos e defensivos químicos de nova geração como caminho definitivo para a eficiência produtiva, a rastreabilidade e a redução de impactos ambientais.
“Estamos aqui no MipDay para tratar de uma necessidade do setor. No segmento de hortaliças, vivemos uma transição em que o produtor se mostra cada vez mais preocupado em estar adequado às boas práticas e em usar os recursos de forma racional. O MIP vem como elemento decisivo para agregar eficiência ao dia a dia da produção”, destacou Manoel Oliveira, diretor executivo do Ibrahort, instituição que atua em 12 estados do país com cerca de 1.200 produtores de hortaliças, responsáveis por gerar aproximadamente R$ 3 bilhões em produção.
Com o olhar voltado para o produto na gôndola do supermercado, o representante do Carrefour destacou aos participantes quais ações o setor do varejo tem feito com foco nos produtores de FFLV. “Vim ao MipDay para mostrar o que o varejo tem feito em relação às mudanças climáticas e à conservação do solo, e como traduzimos isso para o consumidor dentro da loja. Esse movimento de uso de biológicos e redução dos químicos é um caminho sem volta, o que vai permitir que tenhamos culturas mais equilibradas e seguras”, afirmou Daniel Coelho Figueiró, coordenador de Qualidade do Grupo Carrefour Brasil.
A rastreabilidade também ganhou destaque como um dos pilares da sustentabilidade agrícola. “Quando bem aplicada, a rastreabilidade gera resultado direto para todos os elos da cadeia. É um conhecimento que se traduz em eficiência, segurança e retorno financeiro”, observou Giampaolo Buso, coordenador de relacionamento e sócio-fundador da PariPassu.
Entre os convidados, a CropLife Brasil trouxe a importância de alinhar o manejo agrícola às metas climáticas globais, especialmente às vésperas da COP 30, que será realizada em Belém (PA) em novembro.
“Na COP do clima nós vamos levar em consideração o que temos de boas práticas agrícolas aliadas ao clima. Então, nós vamos integrar as soluções de boas práticas agrícolas que fazemos como: manejo integrado de pragas, eficiência no uso da terra, uso racional de insumos, conservação do solo e gestão da água, com o clima e a agricultura sustentável”, salientou Cláudia Quaglierini, líder de sustentabilidade e boas práticas agrícolas para a CropLife no Brasil.
Entre os produtores, o encontro demonstrou o amadurecimento da cadeia diante das novas demandas do consumidor. Emilio Cesar Fávero, diretor da AlfaCitrus, empresa agrícola produtora de laranja, tangerina e limão, que possui certificações internacionais e marca própria no varejo, comentou que o mercado exige adoção das melhores práticas agrícolas e, por isso, ele quer sempre estar preparado para oferecer alimentos seguros e saudáveis. “Participar do MipDay é uma oportunidade de troca e atualização, especialmente com relação à certificação MIP, que deve ser o próximo passo da nossa empresa”, afirmou Emílio César Fávero.
Produtor de hortaliças diferenciadas em Cotia (SP) Jorge Morikawa participou ativamente do debate e contribuiu de maneira significativa compartilhando suas experiências com Manejo Integrado de Pragas. “Foi muito bom participar e perceber a interação entre todos os elos da cadeia. Ficou claro como o uso de biológicos está agregando valor e como o desafio agora é levar essa informação de forma clara e consistente ao consumidor final”, observou Jorge Morikawa.
No setor de flores, o evento foi recebido como uma contribuição técnica relevante. “Trouxe luz a temas que já aplicamos na cadeia de flores, como a sustentabilidade e o uso de inimigos naturais no controle biológico. Foi um evento que agregou conhecimento e estimulou novas práticas entre os produtores”, afirmou Ana Paula Sá Leitão, engenheira agrônoma e assessora técnica do Ibraflor - Instituto Brasileiro de Floricultura.
O idealizador MipDay e CEO da Promip, Marcelo Poletti, comentou a importância do diálogo técnico e do engajamento dos produtores com a agenda da sustentabilidade. Durante o evento ele apresentou o MipExperience, programa que atua com uma estratégia abrangente e adaptável, que integra rastreabilidade do processo, uso de biológicos e químicos em concordância, visando a gestão e sustentabilidade financeira do produtor rural, bem como a produção de alimentos seguros para o consumidor. “As discussões mostraram que o produtor está cada vez mais aberto à adoção de tecnologias de baixo impacto ambiental, como os biológicos, conciliando produtividade com responsabilidade social e ambiental”, afirmou Poletti.
A primeira edição do MipDay marcou o início de um movimento coletivo em prol de uma agricultura mais sustentável, eficiente e transparente, uma tendência que vem se consolidando entre os produtores e que deve ganhar novas dimensões nas próximas edições do evento.
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