Ministério reconhece existência do gado Lageano

03.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou no Diário Oficial da União (do dia 31/10) a portaria de nº 1.048 que reconhece a raça de bovinos denominada Crioula Lageana e da variedade Mocha, típica da região de Lages/SC).

A obtenção do registro permitirá aos criadores preservar as características genéticas da raça, que está na lista de extinção da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Como o certificado oficial, os criadores estarão aptos a participar de feiras e exposições e também fazer melhoramento genético nos rebanhos.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB/SC), apoiou a Associação Brasileira de Criadores de Bovino da Raça Crioula Lageana (ABCCL) para a obtenção do certificado. Para o deputado, esta é uma vitória dos criadores. “A partir de agora vamos apoiar a criação de uma cadeia produtiva que identifique Santa Catarina como uma região boa para cruzamentos e melhoramento genético. A idéia é criar em Lages um centro catarinense de recursos genéticos”, informou.

O certificado de reconhecimento do Mapa vinha sendo esperado desde 2005. Em abril deste ano, acompanhados do deputado Valdir Colatto, representantes da ABCCL apresentaram ao Ministro Reinhold Stephanes as vantagens da criação da espécie, que é considerada uma das poucas raças crioulas genuinamente brasileiras. Na ocasião, o ministro determinou aos técnicos da pasta que fizessem vistorias junto aos criadouros para que pudesse ser elaborada a permissão de comercialização.

Conforme o secretário-executivo da ABCCL, Edson Martins, o gado Lageano é resistente às parasitas e tem boa adaptação à alimentação disponível nos campos nativos da região sul do Brasil. “É um rebanho leiteiro diferenciado, capaz de produzir, em média, sete litros de leite por dia. Um animal com três anos pesa entre 550 a 600 quilos e um touro adulto pode chegar a 700 quilos”, explicou.

O Lageano é descendente direto do gado Long Horn, que é criado na América do Norte e que também se caractecteriza pelos chifres longos. “O reconhecimento da raça é de suma importância para a sua preservação. Tanto que já sofremos o assédio dos criadores de gado Long Horn, que quiseram patentear a espécie com o nome adotado nos Estados Unidos”, justificou Martins.

Atualmente cerca de 20 famílias mantém um rebanho de 700 cabeças nos três Estados do Sul, principalmente na região de Lages (SC). Os primeiros rebanhos foram trazidos ao Brasil pelos padres jesuítas no início do século XVI.

A portaria publicada atribui ao Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa a responsabilidade pelo acompanhamento e fiscalização dos trabalhos de melhoramento genético desenvolvidos pela ABCCL.

Vinícius Tavares

Frente Parlamentar da Agropecuária

(61) 3215.3610 / www.fpagropecuaria.com.br

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