Manejo agrícola deve considerar o sistema e não apenas culturas individuais
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Discussões sobre desenvolvimento sustentável e modos de conter as alterações do clima estão cada vez mais em alta. Prova disso é que, ao longo dos últimos dias, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) discutiu essas e outras questões com autoridades de vários países. No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou o documento “Estratégias de adaptação às mudanças do clima dos sistemas agropecuários brasileiros”, como forma de reunir iniciativas de instituições públicas e privadas com foco na sustentabilidade. Uma versão do documento em inglês foi levada para a COP-26 (leia aqui).
Entre as instituições destacadas pelo MAPA está a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), responsável por desenvolver a tecnologia de Indicadores de Sustentabilidade em Agrossistemas (ISA). Desde 2010, o ISA auxilia técnicos e produtores na elaboração de diagnósticos sobre as situações das propriedades rurais de Minas Gerais e de outros estados.
De acordo com o pesquisador da EPAMIG, José Mário Lobo, os principais objetivos do ISA é aferir o balanço ambiental e socioeconômico de estabelecimentos rurais, apontar pontos críticos, potencialidades e aptidões para os diversos usos e ocupações do solo.
“O ISA serve como um instrumento de gestão para o produtor rural no processo de planejamento e tomada de decisões. A tecnologia permite uma abordagem sistêmica do empreendimento rural, realiza diagnósticos, monitora o meio biofísico e os aspectos socioeconômicos para projetos e programas de assistência técnica”, destaca José Mário.
No total, o ISA utiliza 21 indicadores acerca de temas como a capacidade produtiva do solo, manejo e conservação do solo e da água, avaliação dos ecossistemas aquáticos e gestão dos recursos disponíveis nas propriedades rurais.
Ainda segundo o pesquisador José Mário, a proposta do sistema é instrumentalizar o produtor com uma ferramenta que oferece uma visão geral da propriedade rural. Os resultados da aplicação da tecnologia são produtores mais atentos às diretrizes e metas estratégicas para o Ministério da Agricultura.
“O ISA aborda aspectos relacionados ao manejo da água, solo e biodiversidade. O entendimento e o monitoramento desse tripé é essencial para orientar técnicos e produtores rurais para alcançar sistemas de produção com maior resiliência, adaptabilidade, estabilidade e eficiência no uso e preservação dos recursos naturais”, conclui.
O ISA é uma ferramenta de domínio público elaborado pela EPAMIG em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, Emater-MG, Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação João Pinheiro
Em 2012, o sistema foi institucionalizado em Minas Gerais com o reconhecimento das secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Desenvolvimento Econômico (antiga Sectes).
Ao longo dos anos, o sistema ISA foi aplicado por extensionistas da Emater-MG em mais de 1200 propriedades mineiras, por meio de programas como o Certifica Minas Café, Minas Pecuária e áreas de reassentamento. A ferramenta também tem sido aplicada em 212 propriedades atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG). Além disso, o sistema está presente nos estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia, Tocantins e no Distrito Federal.
Os interessados na aplicação do ISA devem entrar em contato com a EPAMIG pelo número (31) 3489-5065. A empresa é uma vinculada da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
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